Por meio de nota, o Governo do Amazonas, se posicionou sobre a cobrança feita pelo presidente do Garantido nesta segunda-feira (19) e afirmou que a realização do Festival de Parintins 2023 está assegurado, como manda a tradição. Afirma ainda que repassou R$ 10 milhões ao bumbás e tem trabalhado junto à iniciativa privada.
A nota foi divulgada após o presidente do boi-bumbá Garantido, Antônio Andrade Barbosa, enviar nesta manhã um oficio com tom ameaçador ao gabinete do Secretário de Cultura do Estado, Marcos Apolo Muniz. No texto, o dirigente da agremiação dá prazo de dois para receber apoio financeiro ou o boi ficará de fora das três noites de apresentações do Festival de Parintins 2023.
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No documento, o presidente do Garantido afirmou que, com poucos recursos, tinha duas opções: realizar o festival de Parintins com dificuldades de naturezas diversas ou efetivar o pagamento de todos os trabalhadores envolvidos no recursos humanos da construção do Boi de 2023. E, segundo ele, optou pela segunda e, com isso, ficou sem recursos.
O documento fala ainda que a diretoria foi obrigada a tomar tal decisão, para evitar colapso, calamidade e até morte.
“Diante do cenário e dessas alternativas, fomos obrigados a seguir pela segunda opção, ou seja, pagar todos os funcionários do Bumbá. Isso implica a ausência de condições de nos apresentarmos nas três noites do Festival. Objetiva-se, assim, não só o pagamento dos trabalhadores, mas também evitar o colapso que se aproxima em caso de não cumprimento do acordado com nossos artistas em geral. Trata-se de calamidade iminente, com direito a ameaças de morte e cenário de caos social que deverá afetar não somente o Boi Garantido, mas a cidade de Parintins como um todo”.
Caso o Garantido não se apresente na arena dos bumbás em 2023 isso implicará em um rombo de mais de R$ 13,6 milhões, visto que a presidência do Boi já recebeu altas quantias para realização do festival. Acompanhe os valores:
- R$ 5.000.000 Estado
- R$ 4.500.000 Patrocínios
- R$ 1.250.000 Coca-Cola
- R$ 2.900.000 Bilheteria
A decisão significaria calote contra torcedores, que compraram ingressos antecipados, e contra os patrocinadores públicos e privados do festival. Lembrando que esse foi o mesmo valor destinado ao Caprichoso, que não apresenta dificuldades para ir à arena.
Veja a nota do Governo do Amazonas completa:
O Governo do Amazonas considera inimaginável a não participação do Boi-Bumbá Garantido no 56º Festival Folclórico de Parintins, por supostos problemas financeiros da Associação Folclórica, conforme alegou a atual diretoria em carta encaminhada nesta segunda-feira (19/06) à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Dessa forma, o governo assegura que o festival acontecerá, nos dias 30 de junho e 01 e 02 de julho de 2023, como manda a tradição.
O Governo do Estado apoia, acredita e fortalece o festival em tudo que lhe cabe, tendo cumprido com todos os acordos firmados para a realização da festa em 2023. Além do repasse de R$ 10 milhões para os bois, sendo R$ 5 milhões para cada um, também trabalhou na captação de recursos junto a patrocinadores da iniciativa privada. Ao longo dos anos, o Estado também tem dado todo o apoio logístico, estrutural para que o espetáculo ocorra e espera que as Associações Folclóricas também cumpram sua parte, colocando os bois na arena e fazendo a festa acontecer.
O Festival Folclórico de Parintins é patrimônio cultural brasileiro e pertence ao povo do Amazonas. O Festival representa o fortalecimento da economia local, geração de emprego e renda para a população de Parintins, e o Governo do Amazonas não vai admitir que nenhuma intercorrência impeça a realização do Espetáculo do Povo da Floresta.
Repercussão nas redes sociais
O caso gerou repercussão e indignação nas redes sociais por parte de torcedores do Boi Caprichoso.
Outros torcedores do boi azul e branco, agradeceram pelo respeito que Jander Lobato, Presidente do Caprichoso tem pelo Bumbá