Em cessão de tempo na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), familiares de pacientes com esclerose múltipla reivindicaram políticas públicas para tratamento da doença no estado, já que os medicamentos custam caro e não estão incluídos no fornecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Este mês, a Casa está promovendo campanha em alusão ao combate e conscientização sobre a doença.
Segundo a presidente da Associação dos Pacientes Portadores de Esclerose Múltipla no Amazonas (Apeam), Rosa Maria Marques, são necessários R$ 15 milhões para custear os medicamentos e, dessa forma, atender à demanda dos pacientes no estado. “Faço esse apelo independentemente de bandeiras partidárias”, disse.
Segundo a médica Nise Alessandra de Carvalho, coordenadora do ambulatório de neurologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), “o diagnóstico não significa que a pessoa ficará incapacitada. O tratamento precoce pode evitar isso”, explicou Carvalho, que propôs a criação de um centro de habilitação para diagnosticados com esclerose múltipla. Ela recebeu das mãos do deputado Wilker Barreto (Cidadania) um certificado em homenagem ao trabalho realizado em prol da causa no estado.
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a esclerose múltipla é uma doença rara, pois afeta apenas 65 indivíduos a cada 100 mil habitantes. Em geral, os sintomas surgem aos 40 anos. No entanto, pode acometer também jovens, que passam a ter dificuldades para executar tarefas no trabalho e são obrigados a custear um tratamento caro. Isso gera despesas também para a rede pública de atendimento.
Em resposta às demandas, os deputados Sinésio Campos (PT), Joana Darc (União) e Tony Medeiros (PL) se comprometeram a destinar verbas de emendas parlamentares para a compra de medicamentos. Wilker sugeriu um indicativo de urgência para análise da proposta na Casa e o remanejamento de R$ 5 milhões a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) para o tratamento de pacientes.