Janes Nascimento Cruz, conhecido como “caroço” e Adailton Farias da Silva, suspeitos de liderarem a chacina que resultou na morte de 60 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) em janeiro de 2017 podem estar em liberdade nos próximos dias. A decisão é do juiz plantonista Fábio Lopes Alfaia, assinada neste sábado (17/5), que expediu um alvará de soltura solicitando o “pedido de liberdade provisória com aplicação de medidas cautelares diversas à prisão, e subsidiária domiciliar para cuidados dos filhos” por parte dos nomes citados.
Esse “afrouxamento” das medidas cautelares aconteceu recentemente, conforme documentos obtidos com exclusividade pela Rede Onda Digital.
Segundo a decisão, a justificativa utilizada para solicitar o alvará de soltura pelo juiz plantonista foi o “excesso de prazo na investigação“, já que se passaram oito anos, além de não ver “risco concreto” se os réus aguardassem em liberdade.
“Analisando o pedido de revogação das custódias, é de rigor seu deferimento, na medida em que não se verificam dados concretos a concluir que a liberdade dos demandantes possa fragilizar a ordem pública e econômica, e comprometer a garantia de aplicação da lei penal e a conveniência da instrução criminal”, diz o trecho do documento emitido para o plantão da 2ª Vara do Tribunal do Júri
Vale lembrar que Janes e Adailton fazem parte de um grupo de 17 detentos que foram transferidos para presídios federais no ano de 2017. Eles são apontados como líderes da chacina que resultou na morte de 60 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). O massacre aconteceu em 1º de janeiro de 2017.
Em reportagens veiculadas à época, Janes do Nascimento (caroço), seria um membro próximo ao núcleo de liderança do FDN (Família do Norte), e teria coordenado execuções internas e parte da linha de comando da chacina. Já Adailton Farias da Silva, também relacionado à liderança daquele massacre, foi citado em matérias jornalísticas à época, como um líder do pavilhão do FDN.
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Medidas cautelares
Janes e Adailton ainda seguem proibidos de manter contato com vítimas e testemunhas do processo, e não poderão deixar Manaus ou mudar de endereço, sem autorização judicial.
O magistrado ordena o uso de tornozeleiras eletrônicas e cumprimento de comparecimento mensal em juízo.