A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado (Arsepam) informou nesta sexta (11/10) que está monitorando as condições de navegabilidade e os preços praticados pelas 158 embarcações que operam no transporte hidroviário intermunicipal de passageiros e cargas no Amazonas.
As informações coletadas pela autarquia estadual são repassadas diariamente ao Comitê Técnico-Científico e ao Comitê de Enfrentamento à Estiagem, com o objetivo de coordenar ações conjuntas com os demais órgãos envolvidos.
O Departamento de Transporte Hidroviário (DETH) da Arsepam informa que, até o momento, não foi identificado nenhum valor abusivo nas 116 linhas/destinos monitorados.
O diretor-presidente da Agência Reguladora, Ricardo Lasmar, destaca que, das nove calhas do estado, seis apresentam dificuldades extremas de logística, sendo as mais afetadas neste período: Rio Madeira, Rio Purus, Alto Solimões, Médio Solimões, Baixo Solimões e Juruá. Ele comentou:
“Foi detectado também um aumento do custo operacional em decorrência da estiagem. Por exemplo, embarcações que realizavam viagens até Uarini, da calha do Médio Solimões, utilizavam normalmente 4.800 mil litros de combustível (diesel marítimo) por viagem, agora a quantidade chega a 8.200 mil litros, um aumento de 58,53%”.
Leia mais:
Operação estiagem: comunidades rurais afetadas pela vazante recebem ajuda humanitária em Manaus
A equipe técnica da autarquia estadual também destaca que do total de 158 embarcações, 80 estão operando com restrições devido ao calado (parte submersa do casco), o que pode reduzir a capacidade total em até 70%, dependendo do destino final e do tipo de embarcação. Os proprietários das embarcações estão priorizando o transporte de alimentos e medicamentos.
E o DETH comunica que a linha do município de Benjamin Constant, na calha do Alto Solimões, foi paralisada. Os passageiros estão sendo transportados até a cidade por lanchas (pequenas embarcações com baixo calado), enquanto as cargas estão sendo transportadas por rabetões.
Outro município que interrompeu o acesso fluvial é Iranduba, na calha do Baixo Solimões. Entre os municípios que modificaram suas rotas estão também Manicoré, Canutama e Lábrea, nas calhas do Rio Madeira e Rio Purus.