Após uma denúncia de que uma empresa situada na zona leste de Manaus estaria empregando migrantes em condições análogas à escravidão, uma fiscalização em conjunta foi realizada nesta terça-feira (21/1).
O pedido de apuração e investigação foi feito pelo Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPT-AM), a partir daí as equipes da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e das polícias Civil (PC-AM) e Militar do Amazonas (PMAM) fizeram a fiscalização.
No local as equipes aplicaram um formulário aos funcionários para entender se havia algum direito humano violado.
Em sua maioria de nacionalidade venezuelana, os trabalhadores tiveram o atendimento em espanhol e contaram às equipes sobre a rotina na empresa de distribuição de alimentos. O relatório gerado pela Sejusc e Polícia Civil será enviado ao MPT-AM, que dará andamento à denúncia no âmbito judicial, conforme as constatações.
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O empresário e responsável pela empresa acompanhou a fiscalização. Ele não quis se identificar, mas disse ser a favor da vistoria e da prevenção ao trabalho análogo à escravidão.
“Eu acho isso muito importante para que todas as empresas se adequem ao sistema, ter todo mundo em igualdade. As Econdições de trabalho corretas nas empresas é uma coisa que é válida para a população, os colaboradores”, comentou.
Situações de escravidão
No Brasil, o trabalho escravo foi abolido, por isso a nomenclatura de análogo, quando o empregador, de alguma forma, submete o empregado a trabalhos forçados, jornadas exaustivas, condições degradantes, restrição de locomoção, apoderamento de documentos ou objetos pessoais.
Punição
O trabalho análogo à escravidão é punido pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro (CPB), que prevê prisão de 2 a 8 anos e multa.
A secretária executiva de Direitos Humanos, Gabriella Campezatto, frisa que qualquer pessoa pode fazer a denúncia e não precisa se identificar.
“É importante que nós atuemos na prevenção, em campanhas de conscientização da população sobre essa pauta para que possam ser identificadas. E quando ocorrer, que a população denuncie por meio da Sejusc, em alguma delegacia ou pelo Disque 100, que é um canal de denúncias nacional”, acrescentou a secretária.