A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) está intermediando um acordo entre moradores e a Prefeitura de Manaus, para transferir as famílias de uma área de risco no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste da cidade, onde um desabamento matou duas pessoas no domingo (19/1).
A proposta é retirar imediatamente os moradores, com apoio do “Aluguel Social” no valor de R$ 600, até que sejam realocados em residências do programa “Minha Casa, Minha Vida – Calamidades”.
O defensor público Carlos Almeida Filho explicou que a medida visa garantir segurança para os moradores, enquanto os apartamentos são finalizados. O desabamento, causado por fortes chuvas, atingiu 35 casas em risco iminente de novos deslizamentos.
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“Estaremos pelos próximos dias aqui presentes atendendo junto com as secretarias municipais as pessoas que foram atingidas para que elas possam ser adequadamente cadastradas, atendidas e removidas da área, tendo destinação de uma moradia digna”, explicou ele, em nome da Defensoria.
Inclusão no Minha Casa
Representantes da prefeitura, incluindo o secretário de Habitação, Jesus Alves, e o secretário de Assistência Social, Saullo Vianna, confirmaram a parceria com a DPE-AM para a demolição das estruturas em risco e a verificação do cadastro das famílias. A retirada das famílias será acompanhada por equipes do órgão.
“Nós, numa grande parceria articulada pela Defensoria Pública, fizemos aqui um acordo prévio para demolição dessas estruturas e a remoção dos ocupantes dessa uma área de risco, um risco iminente de ter mais uma vez um episódio lamentável com o que houve há poucos dias”, disse Jesus Alves.
Jesus Alves explicou também que a prefeitura mapeou as áreas chamadas de “R3” e realizou um cadastro prévio das famílias.
“Iremos checar para que verdadeiramente as pessoas que entraram no cadastro sejam as que habitavam essas casas. Feito isso, iremos fazer a destinação de aluguel social no valor de R$ 600 para que, durante o período da construção do desse programa habitacional, essas essas famílias possam se manter”, disse o secretário.
O que dizem os moradores sobre o apoio da Defensoria
A moradora Rosicleide Pedrosa, prima de uma das vítimas, destacou o alívio com o acordo, que traz a expectativa de uma solução definitiva. “A gente não quer ficar em aluguel, a gente quer nossa casa”, disse ela, reforçando a esperança de que a promessa seja cumprida.
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O próximo passo será a homologação do acordo na Justiça, permitindo a demolição das casas em perigo para evitar novas ocupações.
Entenda o caso

No último domingo (19/1), uma forte chuva causou um deslizamento no bairro Redenção, em Manaus. Durante a tragédia, um homem e a filha, foram soterrados e morreram. De acordo com a Defesa Civil municipal, Jeferson Araújo, de 30 anos, e Ester Amorim Araújo, de 8, foram encontrados abraçados.
“Estavam abraçados! O barraco deslizou completamente devido às fortes chuvas. O que sabemos é que houve uma ligação irregular de água, o que, com as chuvas intensas, causou tudo isso”, disse ao G1 o diretor de operações da Defesa Civil Municipal, José Mendes.
Eles foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) após uma busca que iniciou no começo da tarde e envolveu tanto órgãos estaduais como da Prefeitura de Manaus.
Eles moravam na mesma casa que os irmãos Juliane Amorim, de 27 anos, e Mateus Amorim, de 16, que foram foram resgatados com vida e estão internados no Hospital Platão Araújo e Pronto-Socorro 28 de Agosto, respectivamente. Juliane, que era esposa de Jeferson e mãe de Ester, chegou a perder uma das pernas durante o desmoronamento de terra.
Após os resgates de Jeferson e da filha Ester, pelo Corpo de Bombeiros do Amazonas, os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML).
Os corpos das vítimas foram enterrados lado a lado no Cemitério Parque Tarumã, em Manaus, na manhã desta terça-feira (21). Veja:
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