Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) têm sido alvos constantes de tentativas de fraude financeira. Os criminosos estão se passando por pessoas ligadas à Associação dos Docentes da Ufam (ADUA) e ao escritório jurídico que presta serviço à entidade, para enganar as vítimas, que são principalmente docentes aposentados.
Segundo informações da Adua, a abordagem às vítimas é feita pelo WhatsApp, quando os golpistas solicitam falsos pagamentos como taxas cartoriais para recebimento de precatório ou Requisição de Pequeno Valor (RPV), além do acesso a senhas pessoais. A assessoria jurídica da ADUA reforça que não tem essa prática.
“Os pagamentos judiciais são feitos presencialmente nos bancos oficiais, Caixa Econômica ou Banco do Brasil. O servidor se dirige à agência bancária para lá receber seu crédito, sem ter que pagar qualquer taxa para o recebimento do valor”, explicou a advogada Auxiliadora Bicharra.
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A advogada explicou que os golpistas operam com mineração de dados, ou seja, capturam informações de fontes como, por exemplo, tribunais de justiça. “Eles buscam nas ações judiciais elementos como nomes das partes, dados pessoais das vítimas e valores processuais”, afirmou, frisando que esse tipo de golpe vem ocorrendo em todo o Brasil. “Os tribunais de justiça têm emitido alertas, uma vez que os golpistas também têm se passado por pessoas ligadas aos tribunais”.
Ainda de acordo com a associação, já foram tomadas as medidas legais para inibir a ocorrência das fraudes financeiras, junto à Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc). “Registramos todas as ocorrências na polícia e iremos reforçar junto a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] que os golpes continuam. Legalmente é o que podemos fazer. Cabe à polícia investigar e encontrar a quadrilha”, disse Auxiliadora Bicharra, que recomenda aos professores o registro de boletim de ocorrência, em caso de abordagens suspeitas.