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Casos de bullying e crimes cibernéticos chamam atenção em escolas de Manaus

Casos de bullying e crimes cibernéticos chamam atenção em escolas de Manaus

Especialistas alertam que os impactos emocionais podem ser profundos, provocando ansiedade, queda no rendimento escolar e até isolamento social.

Casos de bullying e crimes cibernéticos têm se tornado cada vez mais comuns no ambiente escolar, atingindo crianças e adolescentes. As situações envolvem desde agressões verbais e exclusões sociais até ataques nas redes sociais, que muitas vezes ultrapassam os muros da escola e afetam diretamente a vida familiar.

Em Manaus, a situação voltou a chamar atenção após o registro de um caso em uma escola particular da cidade. Para além das agressões presenciais, o problema também migrou para as redes sociais. Alunos teriam criado um perfil em uma plataforma digital com a intenção de divulgar fofocas e expor colegas, intensificando ainda mais o constrangimento e a pressão psicológica entre os estudantes. Segundo o pai de uma das vítimas, o assédio teve efeitos profundos na filha.

“Minha filha, como muitas outras vítimas de bullying e crimes cibernéticos, passou por um momento muito difícil. Ela começou a se sentir com medo de ir à escola. Houve mudanças significativas no seu comportamento após a notícia de medo que é natural, ela se tornou apreensiva com que os coleguinhas dela iriam achar e por conta própria começou uma campanha de contra medida em rebater o que o perfil divulgou.”

O pai relatou ainda que a rotina escolar e familiar foi impactada.

“Tivemos que tomar medidas para protegê-la e apoiá-la. A escola foi imediatamente comunicada, tomou providências administrativas e implementou medidas para prevenir que situações semelhantes ocorressem novamente, já que não era a primeira vez que algo assim acontecia.”


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Além do impacto direto, a aluna também foi uma das vítimas do perfil criado nas redes sociais, que divulgava informações e constrangimentos sobre vários estudantes.

“Sim, infelizmente, minha filha foi alvo desse perfil nas redes sociais. Ela sofreu difamação virtual, o que foi muito doloroso para ela e para nossa família. Além disso, ela já havia passado por uma situação traumática em outra escola, onde foi vítima de tentativa de bullying por parte de alunos da série superior. Eles tentaram colocá-la em uma situação vexatória, a cercaram e impediram que ela saísse do banheiro feminino. Foi um momento muito difícil e traumático para ela.”

A exposição nas redes sociais só piorou a situação da aluna, fazendo com que ela se sentisse vulnerável e exposta. Segundo o pai, é fundamental que escolas e autoridades adotem medidas eficazes para prevenir e combater esse tipo de comportamento.

“Como família, tivemos que lidar com o sobressalto e a preocupação constante de saber que minha filha estava passando por isso. Além disso, tenho que tomar medidas legais para proteger sua integridade e direitos. Estou trabalhando junto com a escola para superar e garantir que minha filha se sinta segura e apoiada. É importante destacar que o bullying não afeta apenas a vítima, mas toda a família. É um problema que requer atenção e ação conjunta de todos os envolvidos, incluindo escolas, famílias e autoridades. Estamos comprometidos em ajudar a criar um ambiente mais seguro e acolhedor para todas as crianças e adolescentes.”

Para compreender melhor os impactos e as formas de prevenção, a Rede Onda Digital conversou com a psicóloga Tatiana Vieira, que destacou a importância de atenção aos efeitos emocionais e à atuação conjunta de famílias e escolas.

Sobre os impactos emocionais, Tatiana explicou:

“Quando uma criança ou adolescente é vítima de bullying ou de crimes cibernéticos, o impacto emocional costuma ser muito profundo. Eles podem desenvolver sentimentos de medo, vergonha, baixa autoestima e até isolamento social. Em alguns casos, aparecem sintomas como ansiedade, queda no rendimento escolar, dificuldade de concentração e até sinais de depressão. É como se aquele espaço que deveria ser seguro passasse a ser vivido como uma ameaça constante.

Quanto aos pais, precisam estar atentos às mudanças de comportamento. Se a criança começa a se isolar mais, perde o interesse por atividades que antes gostava, demonstra irritabilidade frequente, alterações no sono ou no apetite, ou ainda apresenta resistência em ir para a escola, esses são sinais de alerta que merecem cuidado e diálogo.”

Sobre prevenção, ela destacou que o trabalho conjunto de família e escola é essencial, embora ainda haja muito a avançar:

“As famílias podem criar um espaço de diálogo com os filhos, e as escolas precisam investir em programas de conscientização sobre respeito e empatia, além de ter protocolos claros para lidar com situações de bullying e violência digital. O trabalho conjunto é sempre mais eficaz, mas ainda há muito caminho a percorrer para garantir que todas as crianças e adolescentes estejam realmente protegidos.”