O funcionário da clínica veterinária Maxvet, Sávio Soares Pereira, preso na última sexta-feira (07/06), está registrado como “sócio-administrador” da empresa. O estabelecimento, localizado no bairro Redenção, zona Centro-Oeste de Manaus, é investigado por supostamente fornecer a substância cetamina [ketamina], de uso veterinário, para a família Cardoso.
Apesar do dono da clínica ser identificado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) como o médico-veterinário José Máximo Silva de Oliveira, que se entregou às autoridades no sábado (08/06), o único nome que aparece no quadro societário da empresa é de Sávio Soares Pereira, conforme a Receita Federal. Dados sobre um possível sócio-proprietário nem sequer são informados.
Como sócio-administrador, Sávio Soares Pereira seria o responsável direto pela gestão da clínica veterinária alvo da PC-AM. Pelo menos na teoria. Nesta condição de sócio, o funcionário da Maxvet teria como funções: conduzir as atividades diárias do negócio; assinar documentos; representar legalmente a sociedade; tomar decisões; determinar estratégias; assinar contratos; conduzir negociações; representar a empresa em questões judiciais; e responder juridicamente pela empresa.
Pelo CNPJ da Maxvet [29.XXX.XXX/0001-72], o nome do veterinário José Máximo, que seria o verdadeiro proprietário da clínica, não é mencionado em nenhum dado cadastral do estabelecimento. Mas o nome dele aparece no sistema do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) como o responsável da clínica na função de médico-veterinário, o que necessariamente não significa que também seja o dono.
Ainda de acordo com a Receita Federal, a clínica Maxvet possui o nome empresarial Max Pet Serviços Veterinários Ltda e o nome fantasia [comercial] Max Pet. Ativa desde 18 de julho de 2017, o estabelecimento está registrado na Rua Campos Bravos, bairro Redenção, e corresponde ao endereço de funcionamento do local investigado pela PC-AM.
Além das atividades veterinárias, a Maxvet possui as CNAEs (Classificação Nacional das Atividades Econômicas) de “comércio varejista de medicamentos veterinários” e “comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação”.
Curiosamente, o médico-veterinário já tinha registrado, quatro anos antes da Maxvet, uma outra empresa de “atividades veterinárias” no banco de dados da Receita Federal. Neste caso, o nome completo de José Máximo batiza o estabelecimento [CNPJ 17.XXX.XXX/0001-42], que tem cadastro ativo desde o dia 20 de dezembro de 2012. O nome comercial desta empresa é Max Clínica Veterinária e está situada na Avenida Cravina dos Poetas, no bairro Alvorada, também na zona Centro-Oeste.
E ao contrário da Maxvet, a clínica “José Máximo Silva de Oliveira” [nome empresarial] não tem o cadastro na Receita Federal dos sócios e administradores da empresa [quadro societário]. Porém, fora as atividades veterinárias sendo a principal CNAE, a clínica no Alvorada tem atividades secundárias diferentes da Maxvet, que se concentra em medicamentos, ao ser voltada para a alimentação: “comércio atacadista de alimentos para animais” e “comércio atacadista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios”.
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Segunda fase
Na última sexta-feira (07/06), o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), com o apoio dos DIPs da Seccional Sul e do Ministério da Agricultura e Pecuária, deflagrou a 2ª fase da Operação Mandrágora. Na ação, foram presos mais cinco suspeitos envolvidos na distribuição ilegal de cetamina.
Os detidos pela Polícia Civil do Amazonas foram José Máximo Silva de Oliveira, de 45 anos, veterinário da clínica Maxvet, e dois funcionários do estabelecimento, Emicley Araújo Freitas Júnior e Sávio Soares Pereira.
Além do trio, também foram presos Bruno Roberto, ex-namorado de Djidja Cardoso, e o treinador físico da família Cardoso, Hatus Silveira.