O líder do Republicanos no Senado Federal, o senador pelo estado de Roraima, Mecias de Jesus, abordou a questão da série seca que afeta a região amazônica em seu discurso na segunda-feira, 16 de outubro. Ele contestou a ideia de que essa estiagem histórica seja resultado das mudanças climáticas e argumentou que todos os esforços relacionados ao assunto visam prejudicar o setor agropecuário sem um motivo claro.
Mecias referiu-se a pesquisas de cientistas que negam o papel humano no aquecimento global como uma base para suas afirmações, minimizando o impacto das atividades humanas nas mudanças climáticas. Ele apontou três possibilidades, sendo a primeira o aquecimento do Oceano Atlântico devido ao dipolo do Atlântico, embora sem explicar a causa desse aquecimento. A segunda possibilidade envolveu uma redução na transpiração das árvores, como se estivessem enfrentando obstruções nas axilas. A terceira alternativa mencionou a fumaça resultante de incêndios florestais como um fator.
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Entre os cientistas citados pelo senador está o ex-estudioso ambiental norte-americano Robert W. Felix, conhecido por suas ideias extremas que eximem a humanidade de responsabilidade pelos impactos ambientais. Felix acreditava que o aquecimento dos oceanos se devia às erupções de vulcões submarinos, desconsiderando o excesso de carbono lançado na atmosfera.
Ele argumentava que a quantidade de dióxido de carbono produzido por veículos e fábricas ao longo de 100 anos era insignificante em comparação com o que era emitido por erupções vulcânicas, que ele considerava mais prejudiciais ao meio ambiente do que a atividade humana.
O senador acrescentou que ele prefere confiar em pesquisadores renomados, como o astrofísico inglês Piers Corbyn, mesmo que ele seja conhecido por suas posições antivacina, teorias da conspiração e negação das mudanças climáticas. Corbyn acredita que o principal determinante do clima na Terra é exclusivamente o sol.
“Os que nada explicam querem creditar os males do mundo aos que trabalham e pagam impostos. Querem afundar o agronegócio a qualquer custo e ninguém sabe a troco de quê. O estado de Roraima, por exemplo, tem sido constante vítima dessa atitude. O que essa gente entende de carbono para ficar aterrorizando com palavras vazias? Eles são graduados em química ou biologia? Têm doutorado em alguma dessas áreas?”, disse o parlamentar.