O ex-deputado federal Zé Ricardo (PT), em entrevista exclusiva ao Portal Onda Digital nesta quinta-feira (4/1), falou sobre as eleições municipais que ocorrem em outubro deste ano, confirmando que deve concorrer a um dos cargos, avaliou a gestão do atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e, ainda, criticou o comando da sigla petista que, segundo ele, “deixa tudo para as vésperas do pleito”.
Zé Ricardo disse que ele é pré-candidato para as eleições deste ano. No entanto, ainda não se sabe se ele concorrerá ao cargo de prefeito de Manaus ou a uma das 41 vagas na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Segundo ele, o PT ainda não definiu se, de fato, vai ter candidato para disputar a Prefeitura e que há, dentro do partido, uma ala que defende que se tenha e que seja escolhido seu nome.
“Se repete o que acontece nas últimas eleições. O partido não constrói um projeto para a cidade, não dialoga para construir com outros partidos e deixa tudo para ser resolvido assim, às vésperas das eleições, chegando a este momento ainda com indefinições. Concorri em 2016 e 2020 e foi uma trabalheira dentro do partido”, criticou o ex-parlamentar.
Zé destaca que, no Amazonas, o problema do PT é de “entendimento político”. Ele diz que, pelo lado do diretório estadual, há forte ligação da presidência com o governo estadual e que é mais fácil “não se esforçar para apresentar uma oposição a este grupo político”. As críticas, se estenderam à presidência do diretório municipal, a quem Zé Ricardo descreve como alguém que “atrapalha a caminhada do PT”.
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Ao contrário do que acontece no PT, Zé Ricardo demonstrou que há uma tendência da esquerda se unir em prol de fazer oposição à atual gestão. Ele já conversou com lideranças do PDT, PSB, Rede e Psol.
Mais do mesmo
Para o ex-deputado, o prefeito David Almeida é mais do mesmo.
“Ele repete os outros”, disse Zé Ricardo, comparando o atual gestor com Amazonino e Arthur que, segundo ele, não apresentavam planejamento urbano, com políticas de mobilidade, transporte público e, ainda, políticas habitacionais, por exemplo.
“Outra característica comum do David a eles é o endividamento do município sem efeitos de retorno, sem que se veja resultados palpáveis para a população. Ele [David] não gosta de fazer obra barata, não. São obras de R$ 20, 30, 40 milhões. Estranho os valores altíssimos e ninguém fiscalizar. É um prefeito de oba-oba e mais um atraso para Manaus”, criticou.