A Secretaria da Mulher e o Centro Cultural da Câmara dos Deputados promovem, até 28 de outubro, a exposição “90 anos do voto feminino no Brasil”, com ilustrações de personagens históricas e a evolução dos direitos políticos das mulheres.
O voto feminino só entrou no Código Eleitoral Brasileiro em 1932, após pressão e mobilização da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, fundada por Bertha Lutz dez anos antes. A abertura da exposição foi precedida de debate que se transformou em manifesto em defesa dos direitos das mulheres. Aos 74 anos de idade, a ex-deputada constituinte Moema São Thiago (CE) lamentou que, 34 anos após direitos assegurados na nova Constituição, as mulheres ainda tenham que enfrentar violência e entraves políticos.
“Quando a gente vê o espaço das mulheres conquistado na Argentina e em outros países, a gente vê o quanto de atraso nós estamos. E isso é proposital porque, ao longo da história da luta das mulheres no Brasil, você vê a subestimação e, sobretudo, a manipulação, que agora está no auge. Então, meu primeiro compromisso com vocês seria o de, daqui, sair uma carta de não ao fascismo. Não passará a tentativa antidemocrática de rasgar a Constituição social”, garantiu.
Moema lembrou que 26 deputadas foram eleitas para a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987. Desde então, o número de mulheres na Câmara cresce, mas em ritmo muito lento. A nova composição que tomará posse em fevereiro de 2023 terá 91 mulheres, equivalentes a apenas 18% do total de deputados federais. Uma das primeiras coordenadoras da Secretaria da Mulher na Câmara, a ex-deputada Jô Moraes (MG) reforçou o tom de manifesto em defesa dos direitos femininos.