O texto da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária deverá ser votada hoje, 6, na Câmara, mas entre a oposição ao governo Lula o assunto é controverso. Em reunião do PL hoje que discutia o assunto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que defendeu a proposta, foi interrompido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e chegou a ser vaiado.
O vídeo da reunião está sendo compartilhado em grupos e páginas bolsonaristas. Tarcísio defende a reforma tributária ao lado de Bolsonaro e outras lideranças do PL, como o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (RN).
Veja no vídeo abaixo:
Leia mais:
Câmara dos Deputados deve votar reforma tributária nesta quinta-feira (6)
Entenda como a Zona Franca de Manaus pode ser impactada com Reforma Tributária
O governador diz que a direita deve discutir a proposta. Ele diz:
“Nós não podemos perder a narrativa. A direita não pode perder a narrativa de ser favorável na reforma tributária. Senão, ela acaba sendo aprovada, e quem aprovou?”.
Logo após, Bolsonaro diz:
“Se o PL estiver unido, não aprova nada”.
A fala do ex-presidente foi aplaudida por alguns dos presentes. Posteriormente, governador, então, ressalta que não defende a votação da proposta ainda hoje e tenta explicar, e algumas vaias são ouvidas no recinto. Tarcísio então diz:
“Tudo bem, gente. Se vocês acham que a reforma tributária não é importante, não vota”.
A bancada do PL na Câmara tem 99 deputados. Os mais exaltados que vaiaram Tarcísio são apoiadores do ex-presidente. Ontem, o governador chegou a aparecer ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se reuniu com governadores. Tarcísio afirmou que apoia “95% da reforma”. A cena foi vista por bolsonaristas como uma espécie de traição.
Oficialmente, o PL não chegou a consenso sobre a votação na reforma. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, avalia que o melhor é esperar o recesso parlamentar para discutir a matéria.
O líder pedirá adiamento da votação nesta quinta-feira, 6, mas se isso não ocorrer encaminhará o voto contra, sem que haja punição àqueles que votarem a favor.