Em entrevista nesta quinta ao UOL, o ex-presidente Michel Temer (MDB) falou sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016 e disse que ela foi destituída devido ao mau relacionamento que tinha com o Congresso e a sociedade. Temer também falou sobre o atentado à faca sofrido pelo presidente Jair Bolsonaro em 2018, e sobre quem por ventura apoiaria num segundo turno da eleição deste ano.
Sobre o impeachment, o ex-presidente disse:
“Não houve golpe. Eu quero dizer que a ex-presidente é honesta. Eu sei, e pude acompanhar, que não há nada que possa apodá-la de corrupta. Ela é honestíssima. Mas houve problemas políticos. Ela teve dificuldades no relacionamento com a sociedade e com o Congresso Nacional. Esse conjunto de fatores levou multidões às ruas”.
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Sobre a facada em Bolsonaro, Temer disse que ela o ajudou a se eleger:
“A apunhalada que recebeu o atual presidente ajudou sua candidatura. Aquilo fez com que ele ocupasse espaço na imprensa que talvez não ocupasse na campanha normal. Ele tinha pouco tempo de televisão e de comunicação, e aquilo fez com que ele não saísse do noticiário durante vários meses”.
E sobre o apoio a Lula num segundo turno, o ex-presidente disse:
“Isso, eu vou decidir na hora certa. O ex-presidente Lula fala em todo momento em ‘golpe’, que a reforma trabalhista foi coisa de escravocrata, que o teto de gastos prejudicou o país. Então, como eu vou dizer que eu vou apoiar alguém que quer destruir um legado positivo para o nosso país”.