Em entrevista ao programa Fiscaliza Geral, da Rede Onda Digital, o deputado federal Sidney Leite (PSD) fez denúncias as deficiências da segurança pública do estado do Amazonas que conta com um déficit de policiais no interior do estado.
De acordo com o parlamentar, a situação da segurança pública é crítica no interior do estado, com um contingente policial reduzido nas cidades que ele visitou no fim de semana. Ele menciona que Manicoré e Ipixuna contam com número menor de policiais em serviço do que os gabinetes de deputados estaduais, que se beneficiam do efetivo policial para sua própria segurança.
“Tem gabinete de deputado estadual que tem mais policial do que município. Sabe quantos policiais tem Manicoré? Dez (policiais), não tem segurança! Município de Ipixuna tem cinco (policiais) […] como é que o policial tem condições (de trabalhar) […] Tem município que quem toma conta de um preso é o outro preso”, declarou Deputado Sidney.
“Tem gabinete de deputado estadual que tem mais policial do que município”, diz Sidney Leite pic.twitter.com/hrgfGBH3U1
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) February 19, 2024
Para o deputado, uma solução seria o Governo Federal intervir na segurança pública que hoje é matéria exclusiva dos estados.
“Passou da hora do Governo Federal intervir na segurança do Estado. Isso não pode ser mais um problema somente dos estados”, afirma o deputado
Sidney Leite comenta que é comum os policiais realizarem cotas com comerciantes locais para comprar combustíveis para usar nas viaturas. A falta de munição para as armas também é comum na região.
Pontes que desabaram
No dia 28 de setembro de 2022, a ponte, que ficava sob o rio Curuçá, no km 25 da BR-319, no Careiro, a 102 km de Manaus, desabou. O acidente matou cinco pessoas e deixou mais de 10 feridos.
Dez dias depois, no dia 9 de outubro de 2022, outra ponte caiu no km 25, sobre o Rio Autaz Mirim, na mesma rodovia. O desabamento aconteceu horas após ser interditada na rodovia federal.
O deputado criticou a atuação do DNIT que é o órgão responsável pela fiscalização e aplicação dos recursos das pontes que caíram no final de 2022. Sidney alega que as pontes deveriam ter sido interditadas para manutenção para evitar tragédias. O parlamentar afirma que entrou na justiça para responsabilizar sobre as mortes ocorridas.
“O DNIT, em tese, é um órgão que tem técnicos que podem identificar se uma ponte está comprometida ou não. Também deveria estar fiscalizando a aplicação dos recursos e o trabalho da empresa (que construiu e faz a manutenção da ponte). Nem o DNIT, nem a empresa interditam as referidas pontes. Eu entrei inclusive responsabilizando os dois e a palavra está com a justiça federal”, afirmou o deputado.
Saúde pública
O deputado Sidney Leite comentou sua denúncia do fim de semana sobre as a superlotação de hospitais que afetaram o funcionamento das ambulâncias do SAMU.
A falta de leitos tem resultado na retenção das macas das unidades móveis de saúde nos hospitais, impedindo assim a utilização das ambulâncias o que prejudica o atendimento emergencial na cidade de Manaus.
“Ontem (18/2), eu recebi uma denúncia do Hospital Platão Araújo. A unidade estava lotada, com macas extras, pacientes com trauma e pacientes aguardando atendimento nas UTIs e semi-UTIs. Com todos os leitos ocupados e com mais de 80 pacientes em macas e poltronas nos corredores aguardando leitos”, disse Sidney Leite.
Além disso, o parlamentar questiona o uso dos recursos destinados à saúde e estabelece uma comparação com o Pará, que, apesar de ter uma população maior do que a do Amazonas, gasta menos e possui um sistema de saúde superior, conforme mencionado pelo deputado.
“Eu fiz um levantamento […] O nosso vizinho estado do Pará, na mesma região, tem uma população de oito milhões e cento e vinte mil. O estado do Amazonas tem três milhões novecentos e quarenta e um. Agora, uma coisa que chama atenção: a saúde no estado do Pará é muito melhor do que a do Amazonas, principalmente na média e alta complexidade. O estado do Pará pagou R$ 3,49 bilhões, enquanto o estado do Amazonas, que tem menos da metade da população do Pará, gastou R$ 4,7 bilhões”, disse Sidney Leite.
