Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco, compareceu nesta segunda-feira (12/08) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para prestar depoimento sobre o atentado que resultou na morte da parlamentar e do Anderson Gomes, motorista de março de 2018. Fernanda é a única sobrevivente do ataque, que foi executada pelo ex-policial militar e réu confesso Ronnie Lessa.
No depoimento, Fernanda Chaves relembrou os momentos que antecederam o crime.
“A rajada de tiros foi curta. Quando Marielle foi atingida, o corpo dela reclinou sobre mim. Não fui atingida porque Marielle foi meu escudo”, declarou.
Fernanda também relatou ter percebido que Anderson Gomes havia sido baleado ao notar que “as mãos dele, que estavam no volante, se soltaram”.
A ex-assessora foi arrolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como testemunha na ação penal que tem como réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos são acusados de envolvimento no homicídio de Marielle e Anderson e de participação em organização criminosa.
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Durante o depoimento, Fernanda também confirmou que Marielle Franco trabalhava em pautas relacionadas à habitação em áreas da zona oeste do Rio de Janeiro, regiões dominadas por milícias.
“A agenda do mandato dela nessas áreas aconteceu. Marielle fez interlocuções com a Defensoria Pública para tratar desse tema”, afirmou.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o assassinato foi orquestrado pelos irmãos Brazão, com a participação de Rivaldo Barbosa. O motivo do crime seria a proteção dos interesses econômicos das milícias e a tentativa de silenciar Marielle Franco, que se opunha a essas facções. A delação premiada de Ronnie Lessa foi peça-chave para a acusação.
Com informações da Agência Brasil