O assédio eleitoral é uma prática antidemocrática e ilegal que vem crescendo desde 2022, quando o número de denúncias disparou. Em resposta a esse problema, as principais centrais sindicais do Brasil, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), lançaram nesta terça-feira (03/09) um aplicativo que permite aos trabalhadores denunciarem casos de assédio eleitoral no ambiente de trabalho.
A iniciativa, liderada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e apoiada por outras entidades como Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT), visa proteger os trabalhadores e servidores públicos de pressões indevidas para votar em determinados candidatos. A denúncia pode ser feita de forma simples e acessível através de um QR Code disponível nos sites das centrais sindicais e do MPT, sem a necessidade de download de aplicativos.
O assédio eleitoral, segundo a procuradora do MPT Priscila Moreto, frequentemente ocorre de maneira sutil. Ela destaca que é comum empregadores sugerirem que seus funcionários votem em um candidato específico, alegando que isso seria benéfico para a empresa. Caso contrário, insinuam que mudanças negativas ou até demissões poderiam ocorrer.
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A pressão para que os trabalhadores votem nos candidatos preferidos dos empregadores é especialmente forte em pequenas cidades, onde a população varia entre 10 e 20 mil habitantes, segundo Valeir Ertle, secretário nacional de Assuntos Jurídicos da CUT.
“Nesses locais, a relação entre empregador e empregado é próxima, o que facilita o assédio. Essa prática também é comum em prefeituras”, ressaltou.
Nas eleições de 2022, a parceria entre as centrais sindicais e o MPT resultou em 3,5 mil denúncias de assédio eleitoral, um aumento impressionante de 1.600% em relação às eleições de 2018. Este fenômeno, anteriormente restrito a áreas rurais, agora se espalhou para os grandes centros urbanos, onde o “voto de cabresto” ganha novas formas de manifestação.
Além do aplicativo, as centrais sindicais e o MPT estão distribuindo cartilhas educativas para ajudar os trabalhadores a identificarem e denunciarem abordagens ilícitas no ambiente de trabalho.
com informações Agência Brasil