O advogado, sociólogo, cientista político e presidente da Comissão de Reforma Política e Combate à Corrupção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Carlos Santiago esteve hoje, dia 9, no estúdio da Onda Digital. Ele comentou com os jornalistas Alex Braga e Ananda Chamma sobre os atos terroristas de destruição de prédios públicos em Brasília, ocorridos ontem, 8, por manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Santiago afirmou:
“Já tivemos manifestações em Brasília, inclusive realizados por partidos e movimentos de esquerda, ou variados grupos políticos. Brasília é um espaço de contestação mesmo. O que foi inédito foi a invasão do prédio do Congresso Nacional, com quebradeira e vandalismo. Foi inédita a invasão ao Palácio do Planalto, o prédio do presidente, e ao STF. E estavam reivindicando intervenção militar e protestando contra o estado democrático de direito. Nesse nível, é algo inédito na história do país”.
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O cientista político também fez uma análise sobre a conduta do ex-presidente Bolsonaro e os movimentos radicais de extrema-direita vistos nos últimos anos no mundo. Ele disse:
“Esse fenômeno não é apenas brasileiro: vimos acontecer na Europa, na França e na Itália, e também nos Estados Unidos. Vejo 2 fatores: cresceu a desigualdade no mundo todo. Isso alimenta movimentos de perfil agressivo. E temos também a qualidade da classe política. Há um desencanto no mundo todo em torno da classe política. Mas no Brasil isso tomou uma proporção muito grande.
Os contestadores não estão só contestando resultado das eleições ou a classe política. Estão depredando patrimônio público, agindo contra o estado de Direito. E nesse caso, Bolsonaro tem culpa em relação a isso. Durante 4 anos ele criou essa narrativa de possível intervenção militar, agressões contra a esquerda e questionando decisões dos outros poderes. Isso criou um ambiente, um caldo de seguidores, e o estado de Direito agora tem que agir de forma muito dura”.
A entrevista completa de Carlos Santiago pode ser assistida aqui.