O vereador Rodrigo Guedes (PP) questionou o retorno do interesse de David Reis (Avante) na construção do segundo prédio, o conhecido como “puxadinho” da Câmara Municipal de Manaus (CMM). O parlamentar classificou a atitude como uma “obsessão” e pura “vaidade“.
Recentemente, em entrevista à uma emissora local, o presidente da casa legislativa comentou a possibilidade de resgatar a ideia do anexo.
“A verdade de tudo isso é que a Câmara Municipal de Manaus requer de um novo espaço, e nós tentamos iniciar esse novo projeto, algo que já tinha lá na CMM, desvirtuaram esse projeto chamando ele de puxadinho, mas se ele tivesse vingado seria um prédio com 12 mil metros quadrados”, declarou reforçando que a construção não é urgente, mas necessária.
Durante o Programa Lomittas Tá On, da Rede Onda Digital, nesta quarta-feira (8/1), Guedes não entende a “obsessão” do colega de parlamento em construir um novo prédio, tendo em vista que a estrutura atual atende os requisitos necessários para os trabalhos do legislativo municipal.
“Eu, como todos os outros vereadores, tenho ali o meu gabinete, ele não é grande, mas os gabinetes não são logicamente muito grandes, mas atende sim, não existe dizer que não dá. Você vai atender quem, por acaso? Às vezes acontece (atender mais de 6 pessoas), mas junta ali o pessoal. Inclusive, em uma reunião maior, pode solicitar uma sala da Comissão de Constituição e Justiça, pode solicitar o Memorial, pode solicitar a Sala de Cinema, outros tantos espaços ali na Câmara. Se for atender mais de 15 pessoas, até umas 10 dá no gabinete (do vereador), meio apertado, mas dá. É vaidade”, disse o parlamentar.
À época, a ideia seria construir o prédio que garantiria quatro andares em um total de quase 12 mil metros quadrados, segundo o plano diretor da obra, para alocar os servidores e parlamentares da Casa Legislativa, assim como os visitantes. O valor seria de R$ 31.979.575,63, conforme o Edital de Concorrência nº 001/2021.
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) barrou a construção do puxadinho milionário, os argumentos dos vereadores Amom Mandel (sem partido) e Rodrigo Guedes (PSC), naquele momento, foram os suficientes para barrar o edital de licitação.
A desembargadora Socorro Guedes, rejeitou o argumento da CMM de que “a ordem judicial impede o fomento à economia local”, e afirmou não ter provas de que as condições de trabalho dos servidores a serviço dos vereadores sejam insalubres.
“Ele (David Reis) tentou, até dezembro de 2021, construir o puxadinho de 32 milhões de reais para o gabinete de luxo de vereador. Ele não conseguiu, foram várias decisões favoráveis a gente (Guedes e Mandel) foram cinco decisões favoráveis a nós, eu e o ex-vereador e hoje deputado federal”, pontou Guedes.
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Abono aos servidores
Guedes ainda fez um alerta aos servidores da casa legislativa. Para não “perder” o valor barrado para a construção do “puxadinho“, David Reis decidiu distribuir entre os servidores da CMM, através de um projeto de lei permitindo a ação.
“O que ele fez? Colocou um projeto de lei, como presidente da Câmara, para todo aquele valor dividido entre os servidores. Servidor da Câmara Municipal de Manaus, reflita, raciocine. Se tivesse o puxadinho não ia ter abono, se tivesse as picapes de luxo não teria abono, então foi o dinheiro que sobrou do puxadinho que seria 32 milhões. Ele não é bonzinho, é porque ele não tinha jeito, ia perder o recurso e aí foi forçado a dar o abono”, frisou.