“Nós fazemos o que nenhum prefeito teve coragem de fazer em 74 anos”, diz David Almeida

Durante discurso, nesta quinta-feira (30/10), o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), voltou a cobrar uma redistribuição mais justa dos tributos arrecadados no município. Ele destacou que, embora Manaus concentre a maior parte da arrecadação do Amazonas, a capital enfrenta dificuldades para custear serviços básicos e investir em áreas como segurança pública.

“De cada R$ 100 milhões arrecadados por uma empresa do Distrito Industrial, R$ 50 milhões são impostos federais, R$ 48 milhões estaduais e apenas R$ 2 milhões municipais. (…) Essa riqueza gerada aqui não chega às ruas onde as pessoas vivem”, disse.

David ressaltou que 95% do IPVA e 88% do ICMS recolhidos no estado vêm de Manaus, mas, segundo ele, o retorno financeiro à cidade é desproporcional. “A economia do Amazonas se sustenta em Manaus, mas a cidade recebe a menor fatia do bolo tributário”, criticou.

Almeida também mencionou a dificuldade de gerir um território extenso, comparando a capital amazonense a grandes metrópoles.

“Manaus é sete vezes maior que São Paulo e nove vezes maior que o Rio de Janeiro, mas nosso orçamento é de R$ 10 bilhões, enquanto São Paulo tem R$ 70 bilhões”, destacou.

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Ao comentar sobre os investimentos em segurança pública, David Almeida lembrou que o tema é de responsabilidade estadual, mas que a prefeitura vem atuando para suprir lacunas.

“Nós decidimos mudar a lei da Guarda Municipal, treiná-los, equipá-los e colocá-los nas ruas. Mesmo sem ser nossa obrigação, estamos fazendo a nossa parte”, disse.

O prefeito também criticou o que chamou de “injustiça administrativa” na limpeza dos igarapés, lembrando que a prefeitura precisa pedir autorização de órgãos estaduais e federais para intervir, mas acaba arcando com os custos.

“Com o que gasto para limpar igarapés, eu pagaria o salário de mil guardas municipais por um ano”, exemplificou.

Ao final do discurso, David Almeida defendeu maior colaboração entre os entes federativos.

“Aqueles que arrecadam em Manaus precisam devolver para Manaus em forma de serviços e investimentos. A cidade não é responsabilidade só do prefeito”, concluiu

Veja a fala: