O papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21/04), aos 88 anos, reuniu-se ao longo dos últimos anos com diversos políticos brasileiros. A busca por encontros com o líder da Igreja Católica mobilizou nomes dos Três Poderes e representantes da sociedade civil, que fizeram questão de divulgar imagens e relatos desses momentos em redes sociais.
A maioria dos encontros ocorreu durante as tradicionais audiências gerais de quarta-feira na Praça de São Pedro, no Vaticano. Nesses eventos, o pontífice lê uma mensagem pública e, ao fim, conversa brevemente com alguns participantes. Além disso, também aconteceram encontros privados e reuniões coletivas com grupos específicos — formatos mais reservados e difíceis de serem agendados.
Entre os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve vários encontros com o papa. Esteve com ele em Roma, no Vaticano e também durante a Cúpula do G7 na Puglia, sul da Itália, em junho de 2024. A primeira-dama Janja Lula da Silva também participou das agendas e, em fevereiro de 2025, viajou ao Vaticano para discutir o desenvolvimento agrícola com o pontífice.


Dilma Rousseff, hoje presidente do Banco dos Brics, encontrou-se com o papa em 2024 e, enquanto presidente da República, teve outros três encontros, inclusive durante a Jornada Mundial da Juventude em 2013.

Michel Temer, vice de Dilma, também se encontrou com o papa na ocasião. Já como presidente, tentou convencê-lo a vir ao Brasil para as comemorações dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, sem sucesso.

Curiosamente, Jair Bolsonaro (PL) foi o único presidente brasileiro a não ter se reunido com o Papa Francisco. Entretanto, sua esposa, Michelle Bolsonaro, participou de uma audiência em dezembro de 2019 com outras primeiras-damas latino-americanas. A então ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, a acompanhou.

Outras autoridades também buscaram encontros com o papa, como Geraldo Alckmin (PSB), que esteve com Francisco em dezembro de 2024 representando o Brasil na elevação do arcebispo Jaime Spengler a cardeal. Como governador de São Paulo, Alckmin já havia recepcionado o pontífice durante sua visita a Aparecida, em 2013.

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Outros políticos brasileiros que conheceram o papa Francisco
Ministros do governo Lula, como Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Margareth Menezes (Cultura), também estiveram com o papa. O mesmo ocorreu com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o então presidente do TCU, Bruno Dantas.
Governadores como Eduardo Leite (RS), Renato Casagrande (ES), Romeu Zema (MG) e Helder Barbalho (PA) realizaram encontros com o pontífice nos últimos anos. Este último convidou Francisco para um evento religioso antes da COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém.
No campo legislativo, parlamentares como José Guimarães, Jilmar Tatto, Washington Quaquá e outros representantes participaram de encontros em comitiva no Vaticano. Nomes da sociedade civil, como o líder indígena Raoni Metuktire e o juiz Marcelo Bretas, também foram recebidos pelo pontífice.
A aproximação de políticos brasileiros com o Papa Francisco se tornou uma espécie de “rito de prestígio” na agenda pública. Além de promover uma imagem de proximidade com valores espirituais e humanitários, os encontros também serviram como oportunidades diplomáticas e de articulação internacional.