O embate entre os vereadores Aldenor Lima (União Brasil) e Rodrigo Guedes (Progressistas) ultrapassou as dependências da Câmara Municipal de Manaus (CMM) e chegou à Polícia Federal.
Ambos convocaram coletivas de imprensa para esta terça-feira (8/4), às 16h, em frente à Superintendência Regional da PF no Amazonas, mas falaram com os jornalistas em momentos distintos.
O primeiro a realizar a coletiva foi Rodrigo Guedes, que falou por quase 18 minutos, anunciando o pedido de quebra de decoro e a cassação do mandato de Aldenor Lima.
“Agora, ele vai ter que provar, eu também vou ingressar, deixando muito claro, um processo cível queixa-crime por danos morais, amanhã vou fazer. Já estou fazendo aqui (na Polícia Federal) por calúnia e vou entrar com um processo por quebra de decoro e pedir a cassação do vereador, porque agora ele vai ter que provar”, pontuou Guedes.
Veja o trecho do documento apresentado pelo vereador Rodrigo Guedes.
Confira fala de Guedes:
Rodrigo Guedes desafia Aldenor: “Faz um pedido de CPI contra mim, eu serei o primeiro a assinar” pic.twitter.com/czQf4TN2Vb
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 8, 2025
‘Gabinete do ódio’
Com a mesma duração de tempo, a deputada Joana Darc (União Brasil), iniciou sua coletiva depois da fala do vereador. Acompanhada do marido, Aldenor Lima, Joana apresentou um “dossiê do gabinete do ódio”.
Ela pediu a investigação e a transparência da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) do próprio vereador para a Câmara Municipal de Manaus.
“E eu também entrarei com um pedido de cassação do Rodrigo Guedes por patrocinar, por promover fake news. Então assim, isso é muito complexo e por ser assim, queremos uma investigação”, frisou a deputada estadual.
À ocasião, Joana resgatou uma denúncia feita pela à época pelo então vereador Amom Mandel (atualmente deputado federal), onde no ano de 2022, acusou o Rodrigo Guedes de ter um gabinete do ódio. Ela, assim como Amom e entre outros parlamentares foram alvos de fake news dessa narrativa.
Assista fala de Aldenor:
Aldenor sugere investigar gastos do Cotão e gabinete de Rodrigo Guedes pic.twitter.com/Z2rfUyAbIF
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Processo antigo
Em 31 de outubro de 2022, Amom acusou Guedes de usar a Cotão para pagar uma empresa que produzia notícias falsas contra os próprios vereadores.
“O vereador que me acusou de jogo sujo paga, com o seu cotão, uma empresa chamada Onde Manaus, localizada no Dom Pedro. Essa empresa é responsável por prestar suposta consultoria técnica. O problema é que o endereço dessa empresa é o endereço de uma rede de fake news que espalhava informações falsas sobre os próprios vereadores. Uma empresa paga pelo cotão”, disse Amom em sessão plenária.
Veja o momento:
Em 2022, Amom Mandel acusou Rodrigo Guedes de usar Cotão para pagar uma empresa que produzia notícias falsas contra os próprios vereadores pic.twitter.com/QkiBWKDZPn
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 8, 2025
Em sua resposta ao Amom, durante sessão plenária, Rodrigo Guedes reconheceu que contratou as empresas para prestar serviços em redes sociais, mas disse não ter conhecimento que elas produziam fake news. E fez acusações contra Amom.
“Eu poderia aqui jogar o mesmo jogo e fazer acusações seríssimas. Mas não sei se deveria”, comentou na época.
Joana também pede a cassação do mandato do vereador Rodrigo Guedes em razão da participação de um esquema de propagação de fake news.
Ambos os parlamentares afirmaram que não tiveram nada contra o outro durante as eleições que aconteceram em 2022. Joana se diz arrependida de ter apoiado a candidatura de Guedes, à época disputando o cargo de deputado federal, e ela como deputada estadual.
Rodrigo Guedes, afirmou que ambos eram próximos e até se solidarizou com Joana e Aldenor sobre os ataques feitos à Joaquim.
Assista fala de Joana:
“Sarna pra coçar”: Joana Darc diz que denúncia contra Guedes seria feita a qualquer momento pic.twitter.com/tZAANkEs8F
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) April 8, 2025