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Plínio Valério avalia um Senado “enfraquecido e desgastado” e confirma continuidade de “trabalho amazônico” por reeleição

Natural de Eirunepé, Francisco Plínio Valério Tomaz, mais conhecido como Plínio Valério, é senador pelo Estado do Amazonas, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O parlamentar conversou com a jornalista Ana Flávia Oliveira, da Rede Onda Digital, sobre temas relevantes para a sociedade, incluindo assuntos como Meio Ambiente, atuação no Senado Federal, Zona Franca de Manaus e o cenário para as eleições em 2026.

Leia a entrevista à integra:

Rede Onda Digital – O senhor pretende disputar a reeleição para o Senado ou considera outra candidatura em 2026? 

Plínio Valério – Não, não, eu vou disputar [outro cargo]. Reeleição, sim. Eu já vi pesquisas aí feitas por outros, que meu nome aparece de forma espontânea para Governo. Eu até agradeço aquelas pessoas, e conto na rua muita gente querendo isso. Eu agradeço. Eu agradeço essa consideração, querendo que eu seja governador, mas eu tenho que estar no Senado. O trabalho que a gente exerce no Senado, que é um trabalho amazônico, amazonense, ele precisa dar continuidade. A gente precisa dar continuidade ao trabalho aqui (em Brasília), que, por exemplo, o senador Jefferson Peres estava executando quando morreu. Tenho procurado ver as coisas que ele praticava aqui, então a gente precisa ter sempre um senador amazonense aqui.

Rede Onda Digital – Como o senhor avalia a relação entre o governo federal e o Amazonas? Há diálogo suficiente? 

Plínio Valério – O Governo Federal, sim. Há um diálogo nosso com o Governo Federal, principalmente através do Eduardo e do Omar, que fazem parte da bancada deles, têm uma intensidade maior, até com o próprio presidente. Eu só trato com ministérios quando é pertinente ao ministério. Com o governo do Estado é zero. Eu não vejo nenhum dos três, não sei se o Omar participa, o governador vem a Brasília, nesses seis anos, sete anos que eu estou aqui, ele vem a Brasília, porque a gente nem sabe que ele veio a Brasília, só sabe que ele vem com dois aviões.

Rede Onda Digital – Qual sua posição sobre o papel do Senado no atual cenário político brasileiro?

Plínio Valério – Nós estamos enfraquecidos, né? A gente está enfraquecido, o Senado se desgastou, permitiu, por omissão, não sei, receio. O certo é que nós permitimos que o Supremo Tribunal Federal invadisse, usurpasse parte da nossa prerrogativa. Eles estão criando normas lá, até mesmo leis imaginárias que não constam da Constituição. Nós permitimos isso, quando não usamos o nosso poder de fazer isso, de se fazer respeitado. Então hoje, no momento, o Senado se encontra num momento difícil, a gente tem que assumir o nosso papel, assumir aquilo que a lei permite, aquilo que a lei exige, aquilo que a população quer. Por exemplo, já não há como fugir mais do assunto impeachment de ministro, a gente tem que encarar isso de frente.

Rede Onda Digital – Como o senhor enxerga a disputa pelo governo do Amazonas em 2026? Há nomes que considera fortes para a corrida?

Plínio Valério – Ninguém se colocou ainda, mas se fala, vamos dizer, se comenta do Omar Aziz, meu amigo, de verdade, senador Omar Aziz, aí falam em quem mais, né? Aí ora falam que o David vai romper com o Omar, aí ora falam que a direita vai ter um candidato, então no momento o Omar está trafegando, normal, agora a gente sabe que o Omar é campeão de voto interior, mas que não é bom na capital, então para contrabalançar teria que ser alguém bom na capital e alguma coisa interior, acho que é por isso até que eu apareço na capital, acho que é até por isso que a gente aparece na capital, por enquanto eu não vejo assim nomes, né? Se comenta muito isso de que o David vai romper, eu não sei se é com eles, lá com o grupo deles, eu tenho que continuar firme, o que eu posso dizer, assegurar é que eu não estarei nenhum desses lados, eu não vou me agrupar a quem apoia o governo, o Omar é meu amigo. É meu irmão, a nossa amizade é muito grande, mas ele apoia o governo federal e eu não apoio. E o David, a mesma coisa.

Rede Onda Digital – O senhor já tem definido se apoiará algum pré-candidato ao governo do Amazonas ou à Presidência?

Plínio Valério – Eu não tenho. A gente vai ver aí, aproveitar muito cedo, deixar lá para frente quem vai ser o candidato de direita, se vai ter, se não vai, né? O presidente da República é a mesma coisa, gente. O PSDB está se restaurando, se reerguendo e a gente tem que também, né outro que a gente tem que assumir o papel de PSDB, um partido que já foi grande e que não tem porquê se conformar em sendo pequeno, mas é coisa para frente.

Rede Onda Digital – A Zona Franca de Manaus tem sofrido pressões e mudanças tributárias. O que está sendo feito no Senado para garantir sua competitividade?

Plínio Valério – O Eduardo Braga foi o relator, a gente conseguiu apresentar emendas, o Eduardo aproveitou, a assessoria do Eduardo, a assessoria do Omar e a minha ficaram trabalhando o tempo todo, então a gente conseguiu colocar o que foi possível colocar, que era no mínimo, garantir aquilo que a Constituição nos garante, que é a competitividade da Zona Franca, ou seja, um tratamento diferenciado. Então esse tratamento diferenciado que está na Constituição, ele ficou garantido na reforma tributária. Eu sempre digo que toda vez que vem uma reforma, que é o assunto da Zona Franca, a gente não sai ganhando, a gente garante direitos constitucional, mas sempre sai perdendo alguma coisa. E esse fundo, esse grande fundo que vai ser que os Estados vão mandar dinheiro para a Brasília, a gente precisa ver como isso vai funcionar. Isso aí é a única coisa que eu considero perigosa. Para nós, porque a gente passa, não só o Amazonas, mas todos os estados brasileiros passam a ser mais Brasília do que o próprio Estado.


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Rede Onda Digital – Existe alguma iniciativa para diversificar a economia do Amazonas e reduzir a dependência da Zona Franca?

Plínio Valério – A gente batalha nisso, nova matrizes econômicas. Você tem o pescado, que a gente não tem esse polo de pescado, a gente perdeu para Rondônia e para Roraima, mas é também por culpa nossa. É uma coisa, eu vou citar várias, não tem uma que resolve, essa não resolve, ajuda. Você tem o turismo, que tem que ser bem aproveitado, nós temos um vasto campo do turismo de contemplação, do turismo de pesca, a gente tem que explorar muito mais isso aí. Tem o polo petroquímico, a gente tem muito gás para explorar, a bacia do Urucu é a maior bacia que tem no Brasil e se explora pouco, também a bacia de Silves, então tem muito gás para explorar. A gente tem o potássio, que agora o Potássio do Brasil está querendo e as longas trabalham contra. Lá o potássio. A gente tem outras matrizes, né? A gente tem os recursos minerais que esse tem que ter usado. E a própria, a gente não tem tradição na plantação de produção de grama, mas tem muita soja já produzida lá. Então, eu acho que a gente tem que deixar o cachimbo da Zona Franca de lado, a boca já entortou o suficiente com esse fumando esse cachimbo e cuidado. Então, vamos lá. Turismo, ecologia, gás, potássio, próprio ouro, né? A gente tem saídas, saídas. O turismo também é uma boa saída pra gente. O polo digital já existe e é uma coisa boa, né? O polo digital. E claro, reforçar sempre pode a Zona Franca, mas entendendo que ela não é eterna.

Rede Onda Digital – O senhor tem sido um defensor da CPI das ONGs na Amazônia. Qual o status dessa investigação e quais os impactos esperados?

Plínio Valério – Vamos começar pelo Estado na investigação. A CPI, todo mundo costuma dizer que ela acaba em pizza, e não é verdade, nem em samba. A CPI acaba no relatório. Ela é feita um relatório apresentado às autoridades, no caso, o procurador-geral da União, da República. O relatório, muito bem elaborado, foi entregue em mãos ao SR. Paulo Gonet, para que ele tomasse as devidas providências. Até agora não foram tomadas nenhuma, a gente vai voltar lá. O que ela nos traz? Tudo isso que agora o Trump, quando ele resolveu esvaziar o USAID, agora está aparecendo, está lá no nosso relatório. Chame como quiser, o USAID, o Exide. A gente mostrou na CPI que eles financiavam várias e várias ondas no Brasil, principalmente o ISA, que é o tentáculo maior deles, é o ISA, WWF do Brasil. Está tudo lá. A grande imprensa boicotou. Vocês deram. Muita gente ajudou. Mas tudo está no relatório. Tudo não. O que está se falando está no relatório, caso precise ir mais a fundo. Por isso que a gente considera. Nós desvendamos esse véu negro que cai em cima das ONGs do país. Essas ONGs ambientalistas realmente fazem um trabalho contra o país. Está tudo lá no relatório.

Rede Onda Digital – Quais as ações mais prejudiciais dessas ONGs na Amazônia?

Plínio Valério – Pegar dinheiro do estrangeiro, pegar dinheiro do governo dos estrangeiros, às vezes direto, às vezes via fundo amazônico, para trabalhar contra a nação. Como assim? Quem dá dinheiro, vamos pegar a Noruega, que é a maior colaboradora do fundo, a Noruega dá dinheiro para que as ONGs produzam estudos, alardeiam, ocupem espaço na mídia, seja que for no judiciário, para não deixar que vingue na Amazônia um só projeto que nos traga progresso, desde ferrovias, passando por minérios a plantações. Então, esse trabalho pernicioso elas fazem. A Noruega não manda dinheiro e não deixam, por exemplo, as ONGs não deixam orientado por eles, e a Noruega vive mais do seu petróleo. Que extrair, inclusive no mar, em profundezas altíssimas. Então, esse é o papel dessas ondas, elas são perniciosas, essas ondas ambientalistas. Pegam dinheiro pra propagar que nós não temos direito a nada. Pegam dinheiro pra nos calar e deixar que lá eles, nos estrangeiros, continuem fazendo o que sempre fizeram. A explorar seus recursos naturais, aqui nós não podemos.

Rede Onda Digital – Como o senhor avalia a representatividade do Amazonas no Senado? O que pode ser melhorado?

Plínio Valério – Quando a gente fala melhorar, acaba sendo antiético. Eu acho que o entrosamento é grande entre os três senadores, o Omar Aziz, o Eduardo Braga e eu. O entrosamento é grande, só que nós temos visões diferentes, por exemplo, a CPI das ONGs. Eles não se interessaram, já me interessei muito. Aí eles têm a Zona Franca, que é a atenção total. Eles dão, eu já dou parte dessa atenção. Então, cada um tem, assim, a sua coisa maior, mas a gente se une sempre. Sempre que fala, em Amazonas, sempre que tem uma ameaça, pairando sobre o nosso Estado, a gente tá unido. Então, eu não vejo algo que possa melhorar, não. Cada um cuida do que gosta, da sua bandeira, mas a bandeira maior de todos nós é o Amazonas. Então, a gente tá unido aqui.

Rede Onda Digital – O senhor critica a atuação de ONGs na Amazônia. O que pode ser feito para garantir mais transparência e eficácia nessas ações?

Plínio Valério – A gente apresentou até a sugestão, está no relatório. Transparência, quem está mandando o dinheiro, de que forma chegou? Porque hoje não tem. Você tem só o fundo Amazônia que chega e lá, mas direto não tem. A gente percebeu durante a CPI que o nosso código penal não considera ficar com o dinheiro dos estrangeiros e gastar como quer, como crime. Então a gente está pedindo transparência. Quem está mandando esse dinheiro, quanto e porquê? Quem recebeu? Quando recebeu e o que está fazendo com esse dinheiro? Então a gente precisa dessa transparência, saber quem manda, saber quem recebe e como é gasto. Hoje não tem esse controle. O projeto já está tramitando aqui na comissão, no Senado aqui de transparência. Agora a gente conseguiu fazer o que ele tramitasse, demora muito. E os outros projetos estão pendentes, são o todo eu acho que 8 ou 12. Mas esse é o principal.

Rede Onda Digital – Qual sua posição sobre o equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico no estado?

Plínio Valério – Entender que o homem é tão importante quanto a natureza, que o meio ambiente, nós estamos falando aí de floresta, de fauna, de flora, tão importante quanto o ser humano. Enquanto colocado acima do ser humano, nós não teremos, nós não teremos nenhum desenvolvimento nesse sentido. E entendendo isso na prática, a gente aprende, não tem meio ambiente preservado com o homem passando fome. Você tem que proporcionar ao ser humano que ele tenha casa, comida, tenha saúde, educação, segurança. E assim ele vai garantir o meio ambiente. Enquanto quiser garantir só o meio ambiente, a coisa vai continuar contando.

Rede Onda Digital – Como o Senado pode contribuir para combater o desmatamento ilegal sem prejudicar a população local?

Plínio Valério – Permitindo, criando regras que permitam no Amazonas. Hoje, no Amazonas, você tem hoje no Amazonas e não pode fazer nada. Em onde não pode nada, pode tudo. Então tem que acabar com essa hipocrisia. A gente chama de rezoneamento ecológico, que até hoje não foi feito. Então fazer, aqui pode, aqui não pode, aqui já era criação de gados, era o campo, já estava devastado, a gente vai plantar aqui, fazendo acabar com essa hipocrisia de não permitir nada.

 Rede Onda Digital – O Amazonas tem enfrentado desafios com o avanço do crime organizado. Como o Senado pode apoiar o estado no combate ao tráfico e à violência?

Plínio Valério – Com leis, com leis que possa aperfeiçoar. E nesse país não falta lei. O problema é que a gente vive hoje, nós não estamos mais vivendo o Estado, o Estado do Plano de Direito, né? O Estado do Plano de Direito é quando as instituições se respeitam, cada um fazendo a sua. O que se vê hoje é o Judiciário, através do Supremo Tribunal Federal, legislando. Executando, se metendo, criando suas próprias leis, não obedecendo o que está na Constituição. É simples, você obedece ao que está na Constituição, onde precisa, você corrige apresentando novas leis. Esse é o nosso trabalho. Quanto no Estado diretamente, a gente tem que ser provocado, através de ajudar com recursos, mas nós, legisladores, a gente trabalha com demanda, a gente tem que ser provocado, a gente não pode interferir no Estado.

Rede Onda Digital – Existem propostas para melhorar a segurança das comunidades ribeirinhas e indígenas?

Plínio Valério – O projeto de melhorar a segurança é a fiscalização, é o poder podendo chegar, é o acesso. Se você não tem acesso às comunidades, não tem como o braço do governo chegar. Então você tem, vamos pegar só o maior exemplo, a BR-319, você não tem como chegar em 400 quilômetros dela, do 200 ao 600 não tem como chegar, porque não tem acesso. Então se você ir às comunidades distantes é a mesma coisa. Você não tem como vigiar, como patrulhar, você não patrulha nem as fronteiras, imagina internamente. Então quando a gente fala de Amazônia, a gente está falando de um continente de distâncias, lá a gente mede distância por dia, em horas. É a presença do poder do Estado, com segurança, com educação, e não tem isso, então volta para aquilo que eu te falei, enquanto o homem for desassistido, ele fica fragilizado em relação a isso.

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