Um dos documentos que subsidiou a operação da Polícia Federal (PF), que teve Alexandre Ramagem como um dos alvos na quinta-feira (25/1), apontam que o chefe Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em 2019, monitorava Anderson Torres, então secretário de Segurança do Distrito Federal.
O documento, com as informações sobre a operação com Torres, foram entregues pela Controladoria-Geral da União (CGU) à PF, um conjunto de 120 gigabytes, sendo oito de materiais impressos, segundo o Metrópoles.
Na operação, um dos documentos contém uma mensagem de WhatsApp atribuída a Ramagem com a ordem para agentes da Abin descobrirem quem era o motorista da Pajero Full que foi a um jantar na Residência Oficial da Presidência da Câmara, ocupada por Rodrigo Maia no primeiro ano do governo Bolsonaro. Outro arquivo, com os resultados da espionagem, aponta que Torres conduzia o veículo.
Veja também:
Governo exonera delegado investigado no caso da Abin paralela
VÍDEO: Maior navio de cruzeiro do mundo começa sua primeira viagem
Alvos do monitoramento ilegal disseram suspeitar que o jantar ocorreu em outubro de 2019, em meio à disputa que Bolsonaro travava com Luciano Bivar para assumir o comando do PSL. Na ocasião, lideranças do partido foram à casa de Maia para discutir a possibilidade de fundi-lo ao DEM.
Também estava em curso uma “guerra de listas” para definir quem seria o líder do PSL na Câmara. Bolsonaro ganhou a queda de braço com os dissidentes e emplacou Eduardo Bolsonaro no posto.
Ainda segundo as informações do Metrópoles, a jornalista Ana Flor revelou, na quinta-feira (25/1), que a Abin monitorou ilegalmente as pessoas que se relacionavam com os filhos de Bolsonaro. Ela cita que Torres era muito próximo a Eduardo Bolsonaro e mantinha amizade com o senador Flávio Bolsonaro, mas pertencia a uma ala da Polícia Federal que divergia do grupo de Ramagem na corporação. O ex-diretor da Abin tinha contato mais próximo com Carlos Bolsonaro.
*com informações Metrópoles