Hoje, 22, a Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro a prestar depoimento na investigação sobre o caso de empresários que discutiram golpe de Estado em mensagens de WhatsApp. O depoimento está marcado para o dia 31 deste mês.
A defesa do ex-presidente quer ter acesso aos autos da investigação antes de ele ser ouvido.
Segundo consta, a investigação da PF identificou uma mensagem, que seria atribuída a Bolsonaro, em grupo de WhatsApp com alguns dos maiores empresários do país, no qual eles discutiam apoio a um possível golpe de Estado no Brasil em caso de vitória de Lula nas eleições presidenciais. A apuração em torno do caso começou em 2022, após divulgação das mensagens do grupo pelo site Metrópoles.
Leia mais:
Advogado deixa a defesa de Michelle Bolsonaro no caso das joias
Defesa de Bolsonaro vai adotar medidas judiciais contra hacker
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a busca e a apreensão de aparelhos telefônicos e outros itens de oito desses investidores. As investigações em torno de seis empresários foram arquivadas, mas Moraes determinou que dois deles permanecessem sob investigação: Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, da Havan.
Nigri, que é próximo de Bolsonaro, teria travado conversa com contato “PR Bolsonaro 8”, que seria um dos números do ex-presidente, segundo registrado na decisão do STF. Nessa mensagem, enviada a Nigri, há ataques a integrantes do Supremo, como também fake news sobre urnas, pesquisas e, por fim, a ordem: “Repasse ao máximo”, destacada com caixa alta.
A mensagem também cita uma suposta fraude, nunca lastreada em suspeitas palpáveis, e ataca um instituto de pesquisa, dizendo que ele inflava os números pró-Lula.
Após a ordem para disparar a fake news e ataques a Barroso e outros ministros do STF e do TSE não nominados, o número atribuído a Bolsonaro recebe uma resposta de Nigri. “Já repassei para vários grupos!”. Ao se despedir do agora ex-presidente, o empresário envia “abraços de Veneza”.
Nos últimos meses, Bolsonaro já foi depôr à PF em quatro outras ocasiões: na investigação sobre as joias sauditas, no inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, sobre a suspeita de fraude em cartões de vacinação e sobre o suposto plano de golpe de Estado, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).