A nova configuração do Congresso Nacional após as eleições de 2 de outubro, com maioria de deputados federais e senadores alinhados com o governo federal, deve possibilitar medidas para a exploração da biodiversidade do Amazonas. Essa foi a avaliação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista concedida ao programa Meio-Dia com Jefferson Coronel, nesta sexta-feira (21).
Segundo Bolsonaro, muitos políticos do estado defendem pautas de licenciamento e preservação com fins eleitoreiros, além de se apropriarem de iniciativas do governo federal em relação à energia elétrica, por exemplo.
“Quando você toma uma decisão, não consegue se aproximar dos políticos da região, que tratam a população como curral eleitoral”, afirmou. “O novo parlamento, com posicionamentos parecidos com os nossos, vai superar essas questões ambientais”.
O mandatário classificou pedidos de demarcação de terras indígenas, parques nacionais e a criação de áreas de preservação como “absurdas”. “Isso sufocaria o estado do Amazonas”, sentenciou. Por outro lado, Bolsonaro ressaltou que “ninguém quer ferir, desmatar ou queimar. Nosso índice de desmatamento foi 3 vezes menor do que no governo dele (Lula)”.
Estudo realizado pelo Projeto Prodes, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), informa que o índice de desmatamento nos três primeiros anos do governo Bolsonaro foi menor do que o mesmo período do governo Lula (2003-2010). No entanto, o levantamento mostra que as taxas atingiram os menores patamares históricos entre 2006 e 2015 e voltaram a aumentar a partir do governo de Michel Temer (2016-2018).
Leia mais:
TSE suspende direito de resposta de Lula em propaganda eleitoral de Bolsonaro
TSE: Bolsonaro arrecada R$ 65 milhões em doações de campanha; Lula R$ 1,3 milhão
De acordo com o presidente, é necessário investir em projetos de inovação para diminuir a dependência do Amazonas do modelo Zona Franca de Manaus. “A ideia é garantir à região amazônica um polo de desenvolvimento. Implementar novas políticas inovadoras, para que o Amazonas não fique à mercê da Zona Franca”.
Um exemplo citado pelo mandatário seria a exploração de minérios em terras indígenas, obedecendo a disposição dos povos originários em explorar as riquezas naturais.
“Temos um projeto de lei, que deve ser aprovado agora, permitindo que nossos irmãos indígenas explorem suas terras caso seja possível, acertando os royalties”, exemplificou. “Temos fertilizantes. O Marcos Pontes (MCTI) está trabalhando na questão da biodiversidade, para terceirizar isso”.
Bolsonaro acrescentou que “a região tem um potencial turístico enorme, que poderia ultrapassar o PIB médio mundial em 30%. Os defensores da Amazônia não são defensores, estão preocupados com interesses pessoais”.