Oposição anuncia obstrução dos trabalhos legislativos no Congresso, em protesto contra prisão de Bolsonaro

Protesto da oposição na Câmara (Foto: José Cruz/Agência Brasil).
Nesta terça (5/8), lideranças da oposição no Congresso Nacional anunciaram que irão obstruir os trabalhos legislativos em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a oposição está se preparando para a “guerra”. Acompanhado de outros parlamentares com esparadrapos colocados sobre as bocas, ele disse:
“Começando agora uma ação ocupando as 2 mesas diretoras, ambas as mesas, até que os Presidentes das duas casas se reúnam para buscarem resolver um problema de soberania. O Congresso Nacional foi empossado ostentando todas suas prerrogativas, retiradas pelo Senhor Ministro Alexandre de Moraes, que do alto da sua toga de ministro do STF decidiu não respeitar mais a Constituição brasileira, vem produzindo perseguição política com a toga de magistrado”.
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As medidas fazem parte do chamado “pacote da paz”, anunciado por integrantes da oposição nesta terça durante declaração a jornalistas na rampa do Congresso. O pacote inclui anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, fim do foro privilegiado de parlamentares e impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Os parlamentares também cobraram diálogo e uma reação dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
O vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), também anunciou que pautará para votação o PL da anistia caso assuma a presidência da casa, se Motta se ausentar do país.
Além disso, o dia na Câmara também contou com bate-boca e ameaças: Os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) prometeram bater um no outro. Foi preciso segurar o mineiro de 67 anos, que tentava ir na direção dos parlamentares da direita.
Parlamentares de esquerda chegaram a afirmar que o gesto da oposição representa um novo 8 de janeiro.
A presidência da Câmara ordenou o esvaziamento do plenário. Somente parlamentares podiam ter acesso ao local. As outras pessoas foram retiradas pela Polícia Legislativa.
*Com informações de CNN Brasil e UOL.
