O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu um inquérito civil para apurar a denúncia de que a vereadora E.L., da Câmara Municipal de Anori, não comparece regularmente às sessões plenárias por residir em Manacapuru (a 98 quilômetros de Manaus), onde cursa medicina. A ação partiu da 1ª Promotoria de Justiça de Anori e está publicada no Diário Oficial Eletrônico do órgão ministerial de segunda-feira (15/07), por determinação do promotor de Justiça, Leonardo Abinader Nobre.
Apesar do MPAM não informar o nome da parlamentar na Portaria nº 001/2024/1ªPJA que instaurou o inquérito, o portal Rede Onda Digital pesquisou no site oficial da Casa Legislativa de Anori e descobriu que a única vereadora com as iniciais E.L. é Elaine de Castro Linhares Lima, eleita com 312 votos em 2020. Ela integra a Mesa Diretora da Câmara na função de 1ª secretária.
E segundo as folhas mensais de remuneração da Câmara Municipal de Anori, Elaine Lima tem recebido integralmente o salário reajustado de R$ 5.580,80 como vereadora, mas que após os descontos de impostos e do crédito consignado da Caixa Econômica fica entre R$ 2,8 mil e R$ 4,5 mil [valor líquido]. As supostas ausências da parlamentar não são descontadas no pagamento.
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A Rede Onda Digital também encontrou na lista de candidatos aprovados, em 2022, no curso de medicina da faculdade particular ITPAC Afya, unidade de Manacapuru, o nome da vereadora como “Elaine de Castro Linhares”.
Por morar em Manacapuru para supostamente estudar medicina na instituição privada, a vereadora de Anori foi denunciada no Ministério Público, por meio de uma notícia de fato, sobre a ausência na Câmara. Da cidade onde Elaine Lima faz faculdade até o município em que exerce o cargo de parlamentar, a distância é de 125 quilômetros em linha reta. O deslocamento entre Anori e Manacapuru, por estrada, pode levar cerca de 28 horas, já por meio fluvial até 43 horas de viagem.