As ministras Margareth Menezes, da Cultura, e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, tomaram posse ontem (14/11) como imortais da Academia Brasileira de Cultura (ABC). A cerimônia de inclusão dos novos “imortalizados” ocorreu no Rio de Janeiro.
Elas foram empossadas junto a 11 novos membros da ABC em cerimônia na sede da Fundação Cesgranrio. Entre os destaques, a artista Liniker, a primeira mulher trans a assumir uma cadeira na instituição. Também entraram as cantoras Alcione e Daniela Mercury, a escritora Conceição Evaristo e a atriz Glória Pires.
Margareth recebeu a Cadeira 26, que pertencia à cantora Elza Soares, morta em janeiro do ano passado. Já Guajajara assume a Cadeira 16, criada em homenagem a Paulo Paulino Guajajara, líder indígena assassinado no Maranhão em 2019.
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A cacique e secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do MPI, Juma Xipaia, também foi empossada e junto de Sonia se tornam as primeiras indígenas a ocupar a ABC, criada em 2021.
“Antes, a gente não imaginava que pudesse chegar a cursar ensino superior numa academia, numa universidade. E hoje já podemos sonhar com indígenas sendo reitoras, reitores, professores. E é para isso que a gente luta”, disse Sonia Guajajara, em seu discurso.
Ao todo, a ABC tem 55 membros — 13 foram empossados ontem. Também ganharam assento a poetisa Viviane Mosé, o dramaturgo José Luiz Ribeiro, as atrizes Luana Xavier e Vanessa Giácomo e o produtor Antenor Neto.
“Essa academia traz representatividade, cultura mais ampla e se torna um símbolo do povo brasileiro”, declarou Margareth Menezes.
A ABC foi fundada em 2021 como mais uma peça de fomento à cultura, que havia perdido ministério durante a gestão Jair Bolsonaro (PL). Já são membros artistas como Ana Botafogo, Zeca Pagodinho, Fátima Bernardes, Christiane Torloni e Lilia Cabral.