Em entrevista exclusiva ao programa Tribuna Livre, da Rede Onda Digital, nesta segunda-feira (22/07), Vanda Witoto (Rede-AM), pré-candidata a vereadora de Manaus, destacou as dificuldades enfrentadas pelas questões relacionadas à Amazônia no Congresso Nacional. Apesar de contar com o apoio do presidente, Witoto enfatizou que a estrutura política atual se opõe fortemente aos direitos dos povos indígenas e às legislações ambientais.
“Mas quando você vê a estrutura macro do que está representado dentro do Congresso, mesmo tendo um presidente que é favorável às nossas lutas, nossas bandeiras, a gente vê que nós temos um Congresso amplamente contra os direitos dos povos indígenas quanto os direitos do ambiente, por exemplo”, disse Vanda Witoto durante a entrevista.
A pré-candidata ressaltou as consequências das mudanças climáticas, particularmente no Rio Grande do Sul e na Amazônia, e criticou a aprovação de medidas que enfraquecem as legislações ambientais, incluindo a controversa lei do marco temporal, que impede a demarcação de territórios indígenas.
“Enquanto o Rio Grande do Sul, enquanto a Amazônia vivenciam essas experiências de mudanças climáticas extremas, a gente vê o Congresso aprovando medidas para enfraquecimento das legislações ambientais e a aprovação de uma lei do marco temporal que visa a não demarcação dos territórios indígenas”, afirmou
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Para Vanda Witoto, a luta por representatividade indígena é essencial para enfrentar esses desafios. Ela defendeu a eleição de mais representantes indígenas para garantir a implementação e o cumprimento de políticas públicas que protejam os direitos desses povos e o meio ambiente.
“Então a gente ainda tem um desafio, e por isso que nós, enquanto mulheres indígenas que estamos organizadas nos movimentos sociais, a gente busca eleger essas representações políticas”, declarou.
Witoto destacou que a ausência de representantes indígenas nos espaços de tomada de decisão é um dos principais obstáculos para a efetivação dessas políticas.
“A gente está entendendo, a partir dessa leitura dessa questão política, que a ausência dos nossos corpos nesses espaços de tomada de decisão, ela é o motor principal para que essas políticas públicas não sejam garantidas, para que uma lei que já existe, ela não seja cumprida”, concluiu.