Novas manifestações de protesto de professores e estudantes em greve ecoaram em São Paulo. Na manhã deste sábado (25/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido com protestos durante sua visita a Guarulhos.
Aos gritos de “Do arcabouço eu abro mão, quero dinheiro para saúde e educação”, o grupo reivindica mais recursos para as instituições de ensino, que enfrentam uma greve de servidores desde abril.
No palco do evento de inauguração de duas obras na Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos, na Grande São Paulo, o presidente disse que estava vendo cartazes e que encarava o protesto com naturalidade. Lula elogiou o fato de o governo construir um ambiente onde a classe possa se manifestar por melhorias na condição de trabalho.
“Eu estou vendo alguns companheiros levantando cartazes ali pra mim ‘estamos de greve’. Que bom que vocês podem vir num comício do Lula e levantar um cartaz dizendo que estão em greve. Que bom. Que maravilha que é garantir o direito democrático das pessoas lutarem, reivindicarem e chegarem a um acordo no momento correto”, disse Lula.
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Lula também criticou o governo anterior, sem citar nomes. Disse que os trabalhadores da área da educação não podiam se expressar até “pouco tempo atrás”, mas que agora o país tem um governo “democrático” e que “sabe lidar com as diferenças”.
“Há pouco tempo atrás os estudantes não podiam protestar, os professores não podiam reivindicar, os reitores não podiam reclamar e o governo não estava disposto a negociar. Agora, não. Agora vocês têm o direito de protestar, de levantar cartaz e levar faixa, porque nosso governo é democrático e o nosso governo sabe lidar com as diferenças e sabe lidar com as contradições”, declarou.
Professores e técnicos administrativos que atuam em instituições federais de ensino estão em greve desde 15 de abril. Os grevistas pedem aumento salarial de 37% para os técnicos administrativos e 22% para os docentes.
Até o momento, os profissionais já recusaram duas propostas do governo federal para encerrar a paralisação. No dia 22 de maio, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou aos sindicatos que encerrou as negociações com os profissionais da educação em greve.
O ministério espera assinar um acordo com os representantes da categoria na próxima reunião, marcada para a próxima segunda-feira, 27 de maio.
*com informações do Poder 360 e Folha de S.Paulo.