O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou nesta terça-feira (30/01) o diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti. A demissão acontece após uma operação da Polícia Federal (PF) apurar uma suposta espionagem ilegal na agência realizada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“A gente nunca está seguro. O companheiro que eu indiquei para ser o diretor-geral da Abin [Luiz Fernando Corrêa] foi meu diretor-geral da PF de 2007 a 2010. É uma pessoa que eu tenho muita confiança, e por isso chamei, já que eu não conhecia ninguém da Abin”, disse.
As mudanças foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta terça.
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Entenda a investigação
A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta segunda-feira (29/01) mandados de busca e apreensão contra pessoas que receberam informações da chamada “Abin Paralela”. Um dos alvos foi o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos).
A busca e apreensão foi autorizada na casa de Carlos e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A PF também esteve em Angra dos Reis, local onde a família Bolsonaro fez uma transmissão nas redes sociais.
Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação investiga uma suposta organização criminosa que teria se instalado na Abin.
Um dos alvos é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL/RJ), ex-diretor da Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Investigadores apontam que o monitoramento ilegal foi utilizado em situações pessoais ou políticas.