Durante discurso nesta quinta-feira (29/5), no Paraná, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou o período em que ficou preso na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, entre abril de 2018 e novembro de 2019. Ao falar para o público, Lula citou as cartas que trocava diariamente com a atual primeira-dama, Janja Lula da Silva, enquanto estava encarcerado.
“Eu e Janja escrevemos 580 cartas durante os 580 dias que fiquei preso. O [Luiz Carlos] Rocha levava a minha de manhã e o Maneco [advogado de Lula na época] me trazia a dela à tarde. Gente, vocês não têm noção do que é receber uma carta. Vocês já receberam carta de amor? Vale mais do que um presente”, relatou o presidente.

O presidente também recordou a ansiedade que sentia diariamente, aguardando as correspondências.
“Eles [os advogados] sabem a ansiedade que eu ficava. O Maneco conversava comigo dois minutos e falava ‘e minha carta?’. O dia que ele falava ‘hoje não tem carta’, eu entrava em depressão. A depressão passava porque no dia seguinte eu recebia duas. Eu nunca pensei na minha vida que fosse tão bom escrever carta. De noite, você sozinho numa cela, pensando, pensando na amada, e você escrevendo pra ela”, disse Lula.
Veja o vídeo:
Lula relembra 580 cartas que trocou com Janja quando estava preso: “Sozinho na cela, pensando na amada” pic.twitter.com/G6SI5dPjge
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) May 29, 2025
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A relação entre Lula e Janja se solidificou durante o período em que o petista esteve preso. Além das frequentes trocas de cartas, a socióloga o visitava com regularidade na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Após a libertação do ex-presidente, o casal oficializou a união em 2022, em uma cerimônia íntima para cerca de 220 convidados, realizada em São Paulo.

Evento oficial no Paraná
A viagem de Lula ao Paraná teve como principal objetivo a oficialização da criação do Assentamento Maila Sabrina, localizado entre os municípios de Ortigueira e Faxinal. A iniciativa integra o programa “Terra da Gente”, lançado pelo governo federal para acelerar a reforma agrária no Brasil.
Durante o evento, o presidente reforçou o compromisso do governo com a pauta agrária, que vinha sendo alvo de cobranças de movimentos sociais devido à demora na implementação das ações. A criação do Assentamento Maila Sabrina deverá beneficiar aproximadamente 450 famílias, em uma extensa área de 10,6 mil hectares.