Lula diz que quem ganha até R$ 5 mil não é classe média no Brasil: “Mal sobra para comer”

(Foto: reprodução)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (10/10) que brasileiros com renda mensal de até R$ 5 mil não podem ser considerados classe média. A declaração foi feita durante cerimônia de anúncio do novo modelo de crédito habitacional, realizada em São Paulo.
“Quem ganha até R$ 5 mil não pode ser chamado de classe média. Se o cara pagar aluguel e tiver um filho na escola, mal sobra para ele comer”, afirmou Lula, reforçando que é preciso “criar uma espécie de sociedade de classe média” no país.
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— Rede Onda Digital (@redeondadigital) October 10, 2025
A fala do presidente ocorre em meio ao debate sobre a reforma do Imposto de Renda (IR), aprovada pela Câmara dos Deputados em 1º de outubro, que isenta quem ganha até R$ 5.000 e estabelece alíquota mínima para rendimentos acima de R$ 50 mil mensais. O texto ainda será votado pelo Senado e, se aprovado, passará a valer em 2026.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados na quinta-feira (9.out.2025), o rendimento médio mensal dos trabalhadores brasileiros em 2022 era de R$ 2.851. No entanto, quando o assunto é classe social, o cálculo leva em conta a renda familiar total.
De acordo com a classificação do IBGE, a classe C, conhecida como “classe média baixa”, é composta por famílias com renda entre R$ 3.500 e R$ 8.300. Já a classe B, ou “classe média alta”, engloba famílias com renda entre R$ 8.300 e R$ 26.000. Esses valores, contudo, podem variar conforme a metodologia e o custo de vida de cada região.
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Lula critica Congresso
Durante o evento em São Paulo, Lula criticou o Congresso Nacional, dizendo que deputados têm votado contra projetos que beneficiam fintechs, mas aprovam medidas que reduzem a arrecadação do governo.
“Quando mando um projeto para que as fintechs ganhem mais, eles votam contra porque esse dinheiro poderia ser para a gente fazer um pouco mais de política de inclusão social”, declarou o presidente.
Na quinta-feira (9), Lula já havia sinalizado que pretende criar um novo imposto para o setor financeiro digital, a fim de compensar a derrubada da Medida Provisória (MP) do IOF. A Câmara rejeitou a MP, que buscava equiparar a tributação das fintechs às dos bancos tradicionais.
Com a proposta, o Planalto esperava arrecadar cerca de R$ 30 bilhões para os cofres públicos. O presidente afirmou que o governo havia feito acordos com líderes partidários para garantir a aprovação da medida, mas que, “no fim das contas, votaram contra”.
“A gente manda um projeto de lei acordado no Congresso Nacional para as pessoas que ganham acima de R$ 600.000, acima de R$ 1 milhão, pagar uma merrequinha, e votam contra. Esse dinheiro poderia ser usado para aumentar a inclusão social. É desse país que a gente está falando”, reforçou Lula.
