O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) deu um prazo de 48 horas para que o Google, empresa que controla o YouTube, retire do ar o trecho de uma entrevista em que o ex-deputado e ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, fala sobre “boicote” a empresas de judeus.
A decisão, de quarta-feira (28/02), a pedido da Fierj (Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro), é assinada pelo desembargador Carlos Eduardo da Fonseca Passos. Em caso de descumprimento, a empresa está sujeita a multa de R$ 100.000.
Passos determina que seja removido da plataforma um trecho de 19 segundos de uma entrevista concedida por Genoíno ao canal Diário do Centro do Mundo TV, em 20 de janeiro. O vídeo, cujo link está disponível no documento, consta como “indisponível” no YouTube.
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Na época, o ex-presidente do PT disse achar “interessante” um boicote “por motivos políticos que ferem interesses econômicos” a determinadas empresas de judeus.
“Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos que ferem interesses econômicos é uma forma interessante. Inclusive, tem esse boicote em relação a determinadas empresas de judeus. Há, por exemplo, boicotes a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, eu acho que o Brasil deveria cortar relações comerciais na área de segurança e defesa com o Estado de Israel”, afirmou Genoíno.
O ex-congressista fez as declarações depois de um web-telespectador ter falado que estava decepcionado com Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza.
A empresária foi uma das mais de 23.000 pessoas que assinaram um abaixo-assinado em que se pede que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retire o apoio do Brasil à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça da ONU para investigar “atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados” e determinar o cessar-fogo imediato de Israel na Faixa de Gaza.
As declarações de Genoíno repercutiram e entidades que representam a comunidade judaica no Brasil como a Conib (Confederação Israelita do Brasil) e a Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo) emitiram notas de repúdio.