Durante defesa do ensino profissionalizante em escolas públicas na sessão desta quarta-feira (19) da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado João Luiz (Republicanos) voltou a citar medidas que implementam a “ideologia de gênero” nas instituições de ensino.
O termo é considerado por militantes LGBTQI+ como uma forma de distorcer as reivindicações do movimento por tratamento igualitário e direitos, e já havia sido abordado pelo deputado em entrevista à rede Onda Digital na semana passada.
Além disso, surge na esteira das críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre uma suposta tentativa da esquerda de instalar banheiros unissex nas escolas, o que tornaria crianças e adolescentes vulneráveis ao abuso sexual.
A assessoria do deputado, contudo, não informou a quais propostas ele se refere e nem o teor das medidas. No pronunciamento desta quarta-feira, João Luiz afirmou que pautas referentes à “ideologia de gênero” são “vazias” e defendeu a implementação do ensino profissionalizante na educação pública como medida prioritária.
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“Visitei alguns municípios e alguns alunos afirmaram que precisavam sair capacitados do Ensino Médio. Muitos estão desanimados com a falta de capacitação científica e de formação”, disse. “A Coreia do Sul, por exemplo, deixou de ser um país insignificante após investir na educação. Temos várias fábricas do país instaladas no Polo Industrial de Manaus”.
O deputado ainda lamentou a exclusão da Educação Moral e Cívica e do ensino de Organização Social e Política Brasileira (OSPB), disciplina criada por decreto do regime militar em 1968 e tornada obrigatória no ano seguinte. Para tanto, as disciplinas de Filosofia e Sociologia foram retiradas da currículo escolar.
Em aparte, o deputado Dermilson Chagas (Republicanos) sugeriu a realização de audiências públicas com alunos e professores de todos os municípios do Amazonas para colher propostas de melhorias do ensino público. E fez eco à declaração do colega sobre a OSPB.
“Na escola, cantávamos o Hino à Bandeira e o Hino Nacional. Tínhamos civilidade, respeito aos valores. Havia uma doutrinação do regime militar, mas hoje é diferente“, ressalvou.
A assessoria do parlamentar informou que “durante o pronunciamento, o deputado João Luiz (Republicanos) usa a palavra ‘debate’. O parlamentar não irá responder o questionamento, pois tal pergunta está fora do contexto do discurso“.