A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que quatro brasileiros, foragidos com mandados de prisão expedidos pela Suprema Corte após os ataques de 8 de Janeiro em Brasília, foram localizados no Peru. Os indivíduos são Antonio Alves Pinheiro Junior, Edilaine da Silva Santos, Romario Garcia Rodrigues e Rosana Maciel Gomes.
Conforme a Interpol, Antonio Pinheiro fugiu através da Bolívia até o Peru. Os outros três partiram da Argentina, passaram pelo Chile e, por fim, alcançaram o país vizinho. Rosana Maciel Gomes possui processo de extradição em andamento, que deverá ser reiniciado devido à troca de jurisdição.
Segundo investigações, os acusados teriam entrado na Argentina escondidos em veículos após violarem tornozeleiras eletrônicas.
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Os fugitivos fazem parte de um grupo de 61 brasileiros que fugiram do Brasil para a Argentina após os eventos antidemocráticos de janeiro. A polícia argentina prendeu cinco desses indivíduos, enquanto 59 tiveram mandados de prisão emitidos pelas autoridades locais.
O diretor de cooperação internacional da PF, Felipe Seixas, destacou recentemente que a corporação estava atenta às possíveis fugas para países vizinhos.
“Temos a expectativa de mais prisões e também estamos acompanhando de perto, juntamente com nossos adidos policiais, uma possível fuga dessas pessoas para países que fazem fronteira com a Argentina. Vamos acompanhar o que está acontecendo para, no momento oportuno, trazê-los de volta”, disse.
O ministro Alexandre de Moraes encaminhou o relatório da PF e as informações da Interpol à Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem cinco dias para se manifestar sobre os novos pedidos de extradição junto às autoridades peruanas.
O que foi o ‘8 de Janeiro’?
Os atos antidemocráticos de 8 de janeiro colocaram a democracia brasileira em risco. Insatisfeitos com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um grupo de manifestantes invadiu e vandalizou o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. A ação resultou em um rastro de destruição e mobilizou investigações em larga escala, com prisões, julgamentos e condenações. Uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) também foi instaurada para apurar responsabilidades.