Em entrevista ao programa Provoca, da TV Cultura, na terça-feira (20/08), a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) criticou duramente parte dos colegas de Câmara dos Deputados e senadores pelo conservadorismo, visões preconceituosas e compromisso com interesses particulares. Para o apresentador Marcelo Tas, a parlamentar afirmou que o Congresso Nacional é “movido pelo ódio”.
Símbolo da luta pelos direitos das minorias, Erika foi a vereadora mais votada do país em 2020 para a Câmara Municipal de São Paulo antes de ser eleita a primeira deputada federal negra e trans da história, em 2022. Durante o bate-papo, ela disse também que atua em um dos “congressos mais conservadores, retrógrados e odiosos dos últimos tempos”.
“É um Congresso que não tem compromisso com a nação, com a Constituição [Federal], com as pessoas. É um Congresso pautado no ódio, nos interesses e numa agenda de costume que eles transformam em terrorismo o tempo todo. Não é um Congresso que está preocupado em trabalhar nos investimentos do país, em fazer que a economia cresça, em fazer com que a gente tenha bons números, com que a gente diminua os índices de desigualdades, aumente emprego. Enfim, avance!”, disse Erika Hilton.
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A deputada federal do Psol-SP ainda fez um paralelo do que seria a expectativa dela sobre os trabalhos dos parlamentares e a realidade observada na Câmara e Senado.
“Nós precisávamos de um Congresso Nacional com parlamentares eleitos preocupados com seus estados, preocupados com a nação, preocupados com as pessoas, com a fome, com a saúde, com a educação, com o desemprego, com o transporte, com a chuva, com as crises climáticas que matam pessoas o tempo todo. O noticiário mostra, veja o [caso do] Rio Grande do Sul [impactado pelas enchentes entre final de abril e maio]. Esse é um congresso decente”, afirmou Erika Hilton.
Em seguida, a deputada fez diversas acusações contra colegas de Parlamento Federal, em especial, os de oposição ao governo Lula (PT). Erika voltou a classificar negativamente as Casas Legislativas dizendo ser um “Congresso baixo nível”.
“O Congresso que a gente tem hoje despreza as pessoas. Se pauta por determinado tipo de costume e trabalha arduamente para que o governo [federal] seja fracassado e dê errado para que eles possam ter pautas para trabalhar. Além do que produzem mentiras o tempo inteiro e promovem confusão e caos o tempo inteiro, rebaixam as discussões do plenário cotidianamente com proposições nefastas do arco da velha, criminalização de movimento, ataque à direitos, revogação do casamento civil e igualitário, que nem é uma legislação consagrada ainda hoje […] É um Congresso baixo nível”, acrescentou.