Durante uma entrevista exclusiva ao programa Fiscaliza Geral, nesta terça-feira (09/07), o vereador Sassá da Construção Civil (PT) se posicionou sobre a polêmica envolvendo as emendas parlamentares destinadas ao ´Instituto Doctor D’. O tema gerou controvérsia após a destinação de R$ 12 milhões para a instituição, levantando questões sobre a transparência e a legitimidade desses repasses.
O cientista político Carlos Santiago e o apresentador Alex Braga indagaram o vereador sobre a escolha de alocar recursos para o Instituto Doctor D, que tem sido alvo de suspeitas.
Carlos Santiago destacou a destinação de um milhão de reais por parte de Sassá ao instituto, questionando se não seria mais adequado direcionar esses recursos para áreas mais críticas, como creches e escolas.
O vereador defendeu-se afirmando que destinou R$ 2,7 milhões para reformas de creches e colégios.
“Quando a gente destina emendas, a gente não sabe qual é a procedência, porque, por lei, qualquer um pode receber emenda parlamentar. Como você falou agora aí, sobre a emenda para creche, colégio, reforma, eu mandei dois milhões e setecentos para reforma de creche, colégio”, afirmou.
Sassá justificou a alocação ao Instituto Doctor D mencionando a necessidade dos trabalhadores por cirurgias que o instituto supostamente oferece.
“Eu não posso dar cirurgia pra ninguém, mas pelo Instituto eles podem ir lá e fazer. Só que quem tem que fiscalizar esse Instituto tudinho não é só um, não é o Sassá. É o poder público, é a justiça, quem vai ver se é legal ou não”, declarou.
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Histórico controverso
O Instituto Amazonense de Assistência Social e Saúde, conhecido como Doctor D, tornou-se o centro de uma controvérsia após receber 20 emendas parlamentares impositivas do Orçamento do Município de Manaus, totalizando R$ 12 milhões.
Diante disso, o Comitê Amazonas de Combate à Corrupção (CACC) solicitou ao Ministério Público do Amazonas (MPAM) o acompanhamento rigoroso da liberação e execução dessas emendas. O comitê destaca que o valor destinado ao instituto é maior do que os recursos previstos para habitação e agricultura, o que reforça a necessidade de maior transparência e justificativa nos repasses.
O instituto enfrenta outras denúncias e investigações. O médico Daniel Roger Goulart Silva, funcionário do instituto, foi alvo da Polícia Federal (PF) e do MPAM. Em outubro de 2028, ele foi detido durante a Operação “Cash Back”, desdobramento da Operação Maus Caminhos, que visava desmantelar esquemas de fraude na saúde do Amazonas.
Daniel também foi alvo de investigação por parte do MPAM. O médico prestou serviços oftalmológicos em Presidente Figueiredo enquanto ocupava cargos em Manaus.
Questionado sobre o assunto, Sassá afirmou não ter conhecimento sobre o assunto.
“Eu nunca soube disso”, afirmou.
Falta de esclarecimentos
Representantes do Instituto Doctor D não compareceram à Tribuna Popular na Câmara Municipal de Manaus, marcada para o dia 8 de maio deste ano, onde deveriam esclarecer os repasses milionários.
Eles, alegaram compromissos comunitários, o que impossibilitou a presença. O vereador Jaildo Oliveira (PV) prometeu reagendar a tribuna, ressaltando a importância de esclarecer a relação do instituto com os repasses recebidos.