O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira (16/11) que não irá demitir os secretários do ministério que realizaram audiências com a mulher do líder do Comando Vermelho (CV) na sede da pasta. Segundo o ministro, uma demissão dos seus subordinados ocasionaria uma desmoralização na sua imagem.
“Os secretários que a receberam praticaram algum ato ilegal? Os secretários praticaram algum crime? Beneficiaram supostamente o Comando Vermelho em quê? É preciso ter um pouco de responsabilidade e de seriedade. Eu tenho o comando da minha equipe, confio na minha equipe e eu não demito secretário de modo injusto. Se eu fizesse isso, quem iria ser desmoralizado não ia ser o secretário, era eu”, afirmou.
Conforme revelou o Estadão, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) deu andamento a pedidos da ONG Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), entidade representada por Luciane Barbosa Farias, e que recebeu dinheiro do Comando Vermelho.
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O ministro afirmou também que os ataques que vem recebendo por conta do caso são um “desespero” de opositores. As declarações foram feitas em uma agenda no Ceará.
“Obviamente é um desespero político de quem está insatisfeito com o combate ao crime organizado que nós estamos fazendo”, disse Dino.
O Ministério da Justiça argumenta que a mulher seria uma convidada da advogada e ex-deputada estadual Janira Rocha, a autora do pedido de audiência. Porém, nesta terça-feira, o Estadão mostrou que Janira também possui ligações com o Comando Vermelho. Sobre isso, o ministro não comentou.
Nesta quinta-feira, o Partido Novo denunciou à Comissão de Ética Pública da Presidência da República os dois secretários do MJSP sobre as reuniões que tiveram com Luciane Barbosa Farias. O ministro Flávio Dino também não comentou o caso.