O partido União Brasil no Amazonas vem sofrendo uma “debandada” gradativa em um período que antecede as eleições de 2026. Logo este ano, nomes fortes que estavam no partido anunciaram suas saídas e já demonstraram seus novos caminhos e alianças.
A análise desse cenário é essencial para entender as dinâmicas políticas que moldarão no Congresso Nacional e suas repercussões em nível estadual. A atuação de figuras, suas estratégias e parcerias podem mudar o tabuleiro para o próximo ano. As expectativas são muitas!
Em janeiro deste ano, durante entrevista no Programa Lomittas Tá On, da Rede Onda Digital, Pauderney Avelino foi franco em dizer que não representará o partido União Brasil como candidato para a cadeira na Câmara Federal, mas não deu detalhes sobre qual legenda sairá como candidato.
Lembrando que este ano, Pauderney retoma seu mandato, nesta 57ª legislatura, com indicação da liderança do União Brasil como vice-líder da legenda na Casa Legislativa. Terceira maior força partidária na Câmara dos Deputados, o partido tem um total de 59 parlamentares na casa. A volta vem com a saída de Saullo Vianna (UB) para assumir a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), a convite do prefeito de Manaus, David Almeida.
Recentemente, também em entrevista à Rede Onda Digital, desta vez ao Tribuna Livre, Saullo Vianna anunciou oficialmente a saída do partido. Justificando a decisão, Vianna disse que a sigla não representa mais uma “alternativa segura” para ele ou para outros membros que devem decidir seus rumos políticos antes da eleição de 2026.
“Eu sou um homem de decisões, tenho uma convicção certa de que não permanecerei no União Brasil na eleição de 2026. Não vejo segurança nem para os outros, mas isso cabe a cada um. O União não é mais uma alternativa segura para mim”, afirmou em durante entrevista ao programa Tribuna Livre, da Rede Onda Digital.
Mas, o secretário assegurou que mantém boas relações com os demais parlamentares do União Brasil e ressaltou as amizades construídas ao longo de dois anos de mandato em Brasília. Atualmente, Vianna está afastado do cargo de deputado federal, e é o titular da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc).
Essa decisão de Saullo pode sinalizar movimentos mais amplos no cenário político do Amazonas, especialmente com a aproximação do pleito do próximo ano. A expectativa agora é sobre qual partido ele escolherá para seguir sua carreira política e como sua saída do União Brasil influenciará a formação de alianças no estado.
Vale reforçar que Vianna ganhou um certo protagonismo como “articulador” no Estado, servindo de elo entre o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Cenário de Tensão
O apoio de Saullo à reeleição de Almeida para o Executivo Municipal pode ter influenciado no clima de tensão com o governador Wilson Lima (União Brasil), líder estadual da legenda, e acentuado ainda mais seu distanciamento do União Brasil.
Ai que vem o assunto da relação com o governador do Estado. Na entrevista, Vianna confirma um distanciamento natural com Lima, mas não cita um rompimento, em razão das “diferenças nas escolhas políticas e eleitorais”.
“Ele (Wilson Lima) seguiu o caminho dele e eu segui o meu. Tivemos um distanciamento político eleitoral. Alguns candidatos que ele apoiava, eu não apoiei e vice-versa, e a vida seguiu de forma natural”, explicou o deputado.
O mesmo distanciamento acontece em outro cenário, desta vez, relatado por Pauderney. Apesar de ambos pertencerem ao mesmo partido, os desafios enfrentados nas últimas eleições e a divergência de visões políticas deixaram evidente um clima de tensão.
Em maio de 2023, ele deixou a presidência do partido no Amazonas e foi exonerado do cargo de secretário de Estado da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti). Movimentação realizada pelo governador Wilson Lima, que assumiu a presidência da sigla.
“Nós tivemos um problema aqui no Amazonas, que não foi criado por mim. Eu convidei o governador Wilson Lima para vir para o partido. Ele veio para o partido, mas depois cismou de querer me tomar o partido, como acabou, de fato, acontecendo. Eu fiquei sem mandato. E ele, governador do Estado, em acordo com algumas pessoas do União Brasil, presidência na época do Luciano Bivar, e o vice-presidente Antônio Rueda. Acabou que ele assumiu a presidência do partido, mas nem por isso deixamos de fazer o nosso trabalho, continuar fazendo trabalho”, destacou em entrevista exclusiva à Rede Onda Digital.
Assim como Vianna, Avelino demonstra um alinhamento ao grupo político liderado pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). A aliança visa as articulações visando as eleições de 2026. Vale lembrar que, ambos não comentaram sobre quais partidos vão migrar (ainda!).
Wilson Lima
Ainda existem rumores nos bastidores políticos de que Wilson Lima estaria considerando uma migração para o Partido Liberal, visando uma candidatura ao Senado com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, mais outra saída do União Brasil?
Janela Partidária
A Janela Partidária é o período de 30 dias, de março a abril, em que os candidatos podem trocar de partido sem prejuízo do mandato para que possam concorrer às Eleições por outra agremiação partidária.
Assim, as pessoas que ocupam essas funções têm um prazo para se filiar a outras siglas.
A janela partidária se consolidou como saída para a troca de legenda após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), posteriormente confirmada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que estabeleceu a fidelidade partidária para os cargos obtidos em eleições proporcionais. A determinação, regulamentada pela Resolução TSE nº 22.610/2007, estabelece que, nesses pleitos, o mandato pertence ao partido, não à candidatura eleita.
União Brasil
O União Brasil, terceira maior força partidária na Câmara dos Deputados com um total de 59 parlamentares, mostra um crescimento na influência em decisões legislativas.
Sem respostas
Até a conclusão dessa matéria, a equipe de reportagem da Rede Onda Digital, solicitou um esclarecimento do partido União Brasil do Amazonas, mas ainda não recebeu as respostas para os questionamentos.