A posse de David Reis como presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), realizada nesta quarta-feira, 1º de janeiro, simboliza uma importante vitória para o prefeito David Almeida (Avante) e derrota para o governador Wilson Lima (União Brasil). Com o apoio direto do prefeito e de uma base aliada robusta, Reis garantiu 35 votos, e venceu a eleição.
Anteriormente a CMM era comandada por Caio André (União Brasil), que faz parte da base de Wilson, dando ao governador uma liberdade maior para “intervir” dentro da Câmara. Entretanto, com a derrota de Caio nas eleições municipais de 2024, o cenário mudou.
Caio André tornou-se o primeiro presidente da CMM a não ser reeleito. Dos últimos 10 parlamentares que comandaram a Casa Legislativa durante o ano do pleito, todos conseguiram renovar seus mandatos. Diante disso, existe a possibilidade Wilson Lima recuar em sua tentativa influência na CMM, segundo apurações feitas pela Rede Onda Digital.
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De acordo com bastidores, apesar da derrota, Caio André pode ser alocado em cargos estratégicos alinhados ao perfil de sua experiência. Entre as opções consideradas estão: Secretaria de Estado da Cultura (SEC); Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC); Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (SEDEL) e Fundação Amazonas de Alto Rendimento (FAAR), onde já atuou antes de sua eleição como vereador em 2020.
Além disso, existe a possibilidade de Wilson Lima promover algum vereador do União Brasil a cargos no governo estadual, abrindo vaga para um eventual retorno de Caio André à CMM.
David Reis contou com uma base aliada composta pelos partidos Agir, Avante, DC, MDB e PSD, que juntos somam 17 vereadores. Além disso, ele ampliou seu alcance ao dialogar com vereadores de oposição e novatos eleitos, consolidando o apoio necessário para sua eleição.
Controvérsias na gestão anterior de David Reis
A presidência de David Reis na CMM, durante o biênio 2021-2022, foi marcada por diversas polêmicas, como o projeto de R$ 32 milhões para novos gabinetes, que recebeu o apelido de “puxadinho”, barrado pela Justiça.
Também houve a tentativa de alugar 41 picapes para vereadores, também vetada, e a compra de “Kits Selfie” por R$ 640 mil. E ainda, investimentos milionários em estacionamento, reforma do Plenário e inauguração de um novo anexo.