
CPMI aprova convocação do “Careca do INSS” e ex-presidentes do órgão; irmão de Lula não será chamado
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aberta para investigar fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou seus trabalhos nesta terça-feira (26/8). As primeiras convocações já foram definidas.
O colegiado também aprovou a convocação do Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e dos presidentes do órgão dos últimos 10 anos. Também foi convocado o empresário Maurício Camisotti.
O presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), disse que não há previsão para a convocação do sindicalista Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e que o colegiado só irá convocar “pessoas que tenham configurado o seu beneficiamento” nas fraudes billionárias.
José Ferreira da Silva, conhecido como “Frei Chico”, é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi). Segundo as investigações da Polícia Federal, a entidade arrecadou R$ 259 milhões em descontos ilegais, mas Frei Chico não foi alvo das operações da PF sobre os descontos até o momento.
Já o Careca do INSS é citado pela PF como a figura central do suposto esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do instituto. Antunes teria movimentado R$ 12,2 milhões em contas bancárias em um prazo de 129 dias, pouco mais de quatro meses.
Camisotti é suspeito de ser um dos beneficiários finais do esquema de fraudes.
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Ao abrir a sessão, o presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), prometeu uma “investigação profunda e apartidária”. Logo depois, em consenso entre governistas e oposição, o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) foi escolhido para ser o vice-presidente da CPMI.
A aprovação dos convites foi fruto de um acordo entre os líderes da base e da oposição do governo. Inicialmente, o relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) queria a convocação dos ministros (o que implica na obrigação no comparecimento). Após o diálogo, as convocações foram transformadas em convites, cujo comparecimento não é obrigatório, em um gesto mais ameno.
Gaspar disse que será “duro e implacável com todos aqueles que cometeram crimes, independentemente de qual governo tenham participado”. Em seu plano de trabalho, ele salientou que as investigações cobrirão quatro governos: Dilma 2, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula 3.
*Com informações de Metrópoles.
