Em uma entrevista à Rádio CBN, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reacendeu as críticas contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acusando-o de ter um “lado político” que prejudica o país, especialmente em relação à taxa de juros.
Lula afirmou que o comportamento do Banco Central é o único ponto “desajustado” no momento e acusou Campos Neto de trabalhar mais para prejudicar o país do que para ajudar.
“Só temos uma coisa desajustada neste instante: é o comportamento do Banco Central. Um presidente que não demonstra capacidade de autonomia, tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país”, declarou.
Ele também questionou a taxa de juros atual, que está em 10,5%.
As declarações ocorrem em um contexto de disputa sobre a política monetária desde o início do governo. Lula intensificou suas críticas às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que define a taxa de juros do país.
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Lula mencionou recente reunião entre Campos Neto e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Tem mais do que eu. Não é que ele encontrou com o Tarcísio numa festa. A festa foi do governo de São Paulo para ele. Certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhosa a taxa de juros de 10,50”, assinalou.
Lula sugeriu uma possível interferência de Tarcísio nas decisões do Banco Central, comparando a situação à atuação polêmica do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.
“Nós vamos repetir o Moro? O presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? Com o rabo preso a compromissos políticos”, disparou Lula.