Colpadam mostra força do voto evangélico e movimenta política no Amazonas

(Foto: Reprodução/Redes sociais)
A 8ª Conferência de Liderança Política da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Amazonas (Colpadam), realizada sexta-feira e sábado últimos, no auditório Canaã, mostrou a força do voto evangélico no Amazonas e o esforço dos principais atores políticos do Estado na busca de apoio deste segmento, estimado em 39,37% do total da população conforme o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais de 30% do eleitorado.
Comandada pelos irmãos Câmara, a Ieadam é “pé quente” quando o assunto é eleição e articulação política no Amazonas, tendo o candidato apoiado por seus dirigentes perdido eleições em raríssimas oportunidades, sendo as mais lembradas as derrotas de Amazonino Mendes para Serafim Corrêa, pela Prefeitura de Manaus em 2004, e para Wilson Lima, na briga pelo governo do Estado em 2018.
Com essa tradição, a Colpadam foi palco tanto para Wilson Lima (União) e Plínio Valério (PSDB), políticos mais ligados as pautas bolsonaristas e conservadoras, quanto para Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), da ala mais ligada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essa característica de manter um pé nas várias canoas também é histórica e para comprovar basta lembrar que até a comunista Vanessa Grazziottin (PCdoB) recebeu o apoio dos evangélicos da Assembleia de Deus, mas perdeu a eleição para Arthur Neto em 2012.
No evento deste ano, que sinaliza para onde vão os dirigentes da igreja, o ato mais importante ficou a cargo do deputado Silas Câmara (Republicanos), que praticamente lançou a candidatura de Wilson Lima para o Senado Federal.
A decisão de concorrer a vaga no Senado, contudo, é mantida em suspense pelo governador, que estrategicamente diz que deixar o cargo para disputar a eleição de 2026 será uma decisão do “povo e de Deus”.
Omar Aziz também embalou a pré-candidatura dele ao governo do Estado durante o evento dos evangélicos. O senador, que já havia recebido o apoio informal de Silas, a face mais visível da estratégia política da Ieadam, falou sobre o apoio que deu às pautas da igreja quando foi governador (2010-2014), além de lembrar que a Assembleia de Deus “lhe dá sorte”.
Também lembrando os “bons momentos” que passou ao lado dos evangélicos da Ieadam, Eduardo Braga foi outro que “paquerou” abertamente o voto das lideranças da igreja ao distribuir abraços e ir para o meio dos conferencistas para um verdadeiro corpo a corpo com o eleitorado típico de períodos de campanha.
Com pré-candidatos a cargos majoritários em 2026 presentes, chama atenção também os pré-candidatos ausentes, como Maria do Carmo Seffair e Alberto Neto, que certamente miram este público evangélico, mas terão que ir em busca deles diretamente e não por intermédios de suas lideranças.
Leia mais:
A tradicional farinha do amazonense não é mais a mesma
Maior produtor de alimentos do mundo, Brasil também está entre os que mais desperdiçam comida
Assembleia de Deus tem capilaridade
