O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, foi apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
A revelação é proveniente da delação premiada do policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos, conforme reportagem do site The Intercept Brasil.
A delação de Lessa, que se encontra em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sugere que Brazão seria o mandante do crime.
O conselheiro possui foro especial por prerrogativa de função, também conhecido como foro privilegiado, o que significa que é submetido a investigação, processo e julgamento por órgão judicial previamente designado.
Atualmente réu no STJ por crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, Brazão buscava anular provas colhidas contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Segundo o The Intercept Brasil, a motivação para o crime seria uma suposta vingança de Brazão contra Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur e ex-deputado estadual pelo PSol, com quem o conselheiro teve disputas na época em que Freixo presidia a CPI das milícias.
A reportagem destaca que Brazão nega sua participação no crime, conforme afirmou seu advogado, Márcio Palma, que também ressaltou a falta de acesso aos autos do processo.
Ronnie Lessa, preso desde março de 2019, cumpre pena pela ocultação das armas utilizadas no assassinato. O ex-policial Élcio de Queiroz, também envolvido no caso, teria incriminado Brazão em depoimento à Polícia Federal em julho do ano passado.
*Com informações do Metrópoles