O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, foi convocado pela Comissão Mista de Atividades de Inteligência (CCAI) do Câmara para esclarecimentos após a deflagração da Operação Última Milha, pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (20). A participação do número um da Abin está prevista para a próxima quarta-feira (25), durante a reunião do colegiado.
O diretor-geral deverá apresentar explicações sobre as investigações da PF a respeito de um sistema de monitoramento de telefones celulares que teria sido usado durante o governo Jair Bolsonaro (PL) contra adversários políticos, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
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O presidente da CCAI, deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), disse ter feito o convite a Corrêa durante participação no quadro Dois Lados, apresentado pela analista de política Basília Rodrigues, na CNN. Também presente no debate e membro da comissão, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) elogiou a iniciativa.
“A Comissão acompanha o caso e continuará agindo no controle externo das atividades de inteligência com o intuito de aprimorar o Sistema Brasileiro de Inteligência e coibir abusos e desvirtuamentos”, disse Barbosa.
O parlamentar do PT havia sido autor de um requerimento para que Corrêa prestasse informações sobre o sistema FirstMile após reportagens do jornal O Globo revelarem a suspeita de espionagem de adversários do governo passado. Aliados de Bolsonaro alegam que a compra do sistema ocorreu ainda durante a gestão Michel Temer (MDB).
O período sob investigação da PF, por decisão do STF, envolve a gestão do atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à frente da Abin – ele e um dos filhos do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), são integrantes titulares da CCAI e, portanto, podem participar da reunião da próxima quarta-feira. Cinco servidores da Abin foram afastados de suas funções, por determinação do Supremo.
Também nesta sexta-feira (20), o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o uso de instituição de Estado “para perseguição política é algo gravíssimo, que deve ser exemplarmente punido”.
*com informações da CNN