O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) convocou um ato público para o dia 10 de julho na Avenida Paulista, em São Paulo, com o objetivo de mobilizar apoio à proposta de taxação dos super-ricos, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O evento ocorrerá nas proximidades do Museu de Arte de São Paulo (Masp), mesmo local onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu seus apoiadores em um ato pró-anistia em 29 de junho.
A convocação foi feita por Boulos em suas redes sociais, Instagram e Facebook, na quarta-feira (2/7), e integra uma estratégia mais ampla do PT e seus aliados para impulsionar o debate sobre a carga tributária brasileira.
Veja a publicação de Boulos:

PT lança campanha “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”
Desde a quinta-feira (26/6), o Partido dos Trabalhadores tem promovido a campanha “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets” como forma de mobilizar a base e aumentar a pressão popular sobre o Congresso Nacional. Um vídeo lançado pelo partido, produzido com tecnologia de inteligência artificial (IA), mostra uma cena em um bar onde um dos personagens questiona por que paga mais impostos do que consumidores de produtos de luxo.
A peça publicitária compara a divisão da conta no fictício “Boteco do Brasa” à distribuição da carga tributária no Brasil, defendendo que o “novo Imposto de Renda” corrigiria uma “injustiça histórica”. A ideia central é apresentar a taxação dos super-ricos como uma medida de justiça fiscal, contrapondo a elite econômica ao cidadão comum.
Lula adere à campanha e defende justiça tributária
Durante visita a Salvador na quarta-feira (2/7), onde participou das comemorações da independência da Bahia, o presidente Lula apareceu segurando um cartaz com os dizeres “Taxação BBB”. Em suas redes sociais, publicou a imagem com a legenda: “Mais justiça tributária e menos desigualdade. É sobre isso”.

Além disso, na sexta-feira anterior (27/6), o PT divulgou outro vídeo de campanha na internet com forte apelo visual. Nele, os pobres são retratados como trabalhadores abatidos, carregando sacos enormes com a inscrição ‘imposto’, enquanto os ricos aparecem como empresários brancos, de terno, segurando pequenos sacos com o mesmo nome.
No mesmo dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o discurso do governo, afirmando que a desigualdade social deve ser enfrentada paralelamente ao ajuste fiscal. Segundo ele, as medidas de equilíbrio das contas públicas atingem principalmente o “andar de cima” da sociedade.
Oposição reage à campanha petista
A resposta da oposição à campanha da “Taxação BBB” foi imediata. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), publicou um vídeo classificando a iniciativa como “blá-blá-blá” do governo Lula, acusando o presidente de mentir para a população sobre os impactos das propostas.
Além disso, a federação UPB (União Brasil e Progressistas) divulgou no domingo (29) um vídeo com estética semelhante à da campanha petista, mas com uma mensagem contrária. No material, sacos de “impostos” são empilhados em uma balança, enquanto o povo, representado por figuras comuns, tenta arrastar carroças carregadas com “gastos do governo”, sugerindo que a carga tributária continuará pesada para a população, independentemente da taxação dos ricos.
Congresso resiste à proposta e rejeita aumento de IOF
Apesar da pressão popular e da mobilização nas redes sociais, a proposta de Lula e Haddad enfrenta forte resistência no Congresso Nacional. Recentemente, o Legislativo derrubou um decreto presidencial que previa aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mostrando o nível de oposição às mudanças propostas pelo governo federal.
A reação da militância foi intensa. Nas redes sociais, tags como “#CongressoDaMamata” e “#HugoMottaTraidor” estiveram entre os assuntos mais comentados na plataforma X (antigo Twitter) na terça-feira (1º/7). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi duramente criticado por internautas, que o acusaram de proteger os interesses da elite econômica.
A reforma tributária, peça central da agenda econômica de Lula, deve ser analisada no segundo semestre de 2025 tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado.
*Com informações de Poder360