Conversas obtidas pela Polícia Federal (PF), apontam a proximidade do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) com Carlos Victor de Carvalho, o CVC, líder de extrema direita em Campos dos Goytacazes. CVC chegou a ficar cerca de um mês preso pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Ambos foram alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria deflagrada na manhã desta quinta-feira (18/1). A PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Jordy, líder da oposição, e apreendeu seu celular.
Esta nova fase da Lesa Pátria investiga executores, financiadores e incitadores dos atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos 3 Poderes, em Brasília.
Na conversa em questão, CVC pede a Jordy orientações para organizar os atos antidemocráticos de 8/1. Em um dos diálogos, de 1º de dezembro de 2022, eles conversam:
Carlos Victor: Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo.
Carlos Jordy: Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?
Carlos Victor: Posso irmão. Quando quiser pode me ligar.
Segundo registros telefônicos, os dois também teriam se falado em 17 de janeiro de 2023, uma semana após os atos golpistas na Praça dos Três Poderes, quando Carlos Victor Carvalho estava foragido.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizaram o mandado de busca e apreensão na casa do político e afirmaram em parecer e em decisão que investigações apontam “forte ligação” do político com o CVC.
Moraes afirma em seu parecer:
“Foi apurado no curso da investigação, quando da análise das mídias, de dados obtidos nas contas de e-mail ou em fontes abertas, que Carlos Victor de Carvalho possui fortes ligações com o deputado federal Carlos Jordy, que transpassa o vínculo político, vindo a denotar-se que o parlamentar, além de orientar tinha o poder de ordenar movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”.
CVC, segundo as investigações, foi o organizador dos eventos nos arredores do Batalhão do Exército em Campos do Goytacazes e possui ligações com autoridades políticas. Ele seria responsável por administrar mais de 15 grupos de WhatsApp, com temáticas extremistas.
A PF acredita que as mensagens trocadas podem ter servido como “atos preparatórios” para os ataques que ocorreram em 8 de janeiro de 2023.
Esta é a primeira vez que um parlamentar é alvo de busca e apreensão no âmbito da Lesa Pátria. Além de endereços ligados ao parlamentar no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, agentes da PF também vistoriaram a Câmara dos Deputados.
Com informações de Metrópoles.