O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (10/6), e justificou a decisão de não comparecer à cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia 1º de janeiro de 2023.
Segundo Bolsonaro, a escolha de não passar a faixa presidencial ao sucessor foi motivada por receio de ser hostilizado publicamente.
“Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil. Não passei porque não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário aí do Brasil”, declarou o ex-presidente.
Veja vídeo:
Bolsonaro explica porque não passou faixa presidencial a Lula: "Não ia me submeter à maior vaia da história" pic.twitter.com/b01EMpOBWe
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) June 11, 2025
A declaração foi dada no contexto das investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apura a participação de Bolsonaro em um suposto plano para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022.

Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022, dois dias antes da posse presidencial. Com a ausência do então presidente, Lula subiu a tradicional rampa do Palácio do Planalto ao lado de representantes da sociedade civil e lideranças políticas, que simbolicamente lhe colocaram a faixa presidencial — um gesto que rompeu com a tradição institucional brasileira desde a redemocratização.
Saiba mais:
- Bolsonaro envia selfie para Michelle durante interrogatório no STF: “Lindo, meu gato”
- Erika Hilton aconselha Oruam no X e internautas reagem: “Só falta tirar foto com o Marcinho VP”
Bolsonaro e a trama golpista
Bolsonaro é acusado de ter liderado e participado de articulações golpistas com o objetivo de manter-se no poder, mesmo após ser derrotado nas urnas. A PGR afirma que o ex-presidente teria elaborado uma minuta de decreto para instaurar um estado de exceção no país, além de ter conhecimento do plano intitulado “Punhal Verde Amarelo”.

Esse plano, segundo as investigações, previa a execução de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A Procuradoria sustenta que Bolsonaro, embora não tenha participado diretamente da tentativa de atentado, tinha ciência do plano e não tomou providências para impedir sua execução.
A investigação em curso no STF é parte da operação Tempus Veritatis, que mira aliados e assessores próximos do ex-presidente, acusados de conspirar contra o processo democrático. Bolsonaro nega envolvimento em qualquer plano golpista.